Olá, pessoal
É sempre bom discutir sobre
filmes que fazem bastante sucesso e trazem uma boas temática, com um brilhante
desenvolvimento da trama, alguns até com músicas que ficam em nossas cabeças por
bastante tempo. O post de hoje, porém, é sobre uma animação da Disney que
infelizmente é muito subestimada, apesar de toda sua beleza cinematográfica,
músicas de arrepiar e um ótima adaptação do livro original. Hoje irei falar um
pouco do filme “O Corcunda de Notre Dame”.

Sinopse
O filme é contado pelo artista cigano Clopin.
Tudo começa em Paris, em 1482, quando quatro ciganos são barrados ao tentar
entrar na cidade pelo Ministro da Justiça, Claude Frollo, que nutre ódio por
esse povo. Três dos ciganos são presos, mas a outra, que possui um embrulho
entre os braços foge. Frollo persegue-montado a cavalo até a Catedral, julgando
que o que ela tem em mãos são objetos roubados. A cigana clama santuário
desesperadamente, até que Frollo, tenta tirar-lhe o embrulho, dando-lhe um
pontapé violento, o que a mata.

Vinte anos depois, Quasímodo é um
homem marginalizado, feio e corcunda, que vive trancado no campanário da
Catedral, tocando os sinos na companhia de apenas três gárgulas - Victor, Hugo,
e Laverne. Somente Quasímodo sabe que as três gárgulas possuem vida própria,
pois só revelam isso na presença do mesmo ou quando sozinhos, permanecendo como
estátuas de pedra nas demais situações. Instigado por eles, Quasímodo
aventura-se ao aproveitar-se da ausência de Frollo e sai da catedral para
participar no "Festival dos Tolos", a maior festa do ano realizada em
frente à catedral francesa, apesar de Frollo o proibir de sair, dizendo que é
para o seu próprio bem.

Temáticas
Esta animação é de fato uma das
mais adultas da Disney. É claro que ao se adaptar a obra de Victor Hugo (que,
a propósito, é cheia de tragédias) a Disney iria dar uma suavizada, mas mesmo
assim a animação toca em temáticas como pecado, religião, preconceito e morte.
A grande parte das crítica a esta
animação estão mais voltadas aos temas, pois religião, pecado, tentação, causam
uma reação diferente para várias pessoas, algumas detestaram que foi retratado
num filme da Disney e dai vem grande parte das críticas negativas. Outros, por
outro lado, não gostaram do estilo da adaptação do livro de Victor Hugo, por
suavizar demais a obra original, dar pouco crédito ao autor do livro e alguns
ainda alegam que os roteiristas tornaram a história vulgar, a censuraram e a
fizeram apenas para vender.
Eu não posso fazer a mais
profunda das comparações entre o livro e o filme, até porque eu, apesar de
conhecer a história original, não li o livro, mas acredito que estas críticas
tão negativas que tem como base a pouca similaridade com o livro devem ser
repensadas. Primeiro de tudo, temos que deixar claro que é a Disney que esta
adaptando a obra, eles não iriam colocam numa de suas animações tanta tragedia
e temas ainda mais complicados de lidar (não direi mais, pois não quero dar
spoilers do livro). Se alumas pessoas criticam fortemente a animação pelos temas
que trabalha imaginem como seria se adaptasse fielmente a obra original. O que
me leva ao segundo ponto, não há adaptação que fique idêntica ao trabalho
original, tem que se lidar com isso a aprender a respeitar diferentes formas de
se expressar uma obra.
Sobre a animação
Vou tratar de tudo o que remete
ao filme, não me aprofundarei mais nos temas tratados na história, pois já fiz
isso acima, mas farei uso deles para mostrar como a animação usa bem seus
recursos para contextualizar à temática geral do filme às emoções dos personagens.
Começo falando no ótimo uso das cores, é óbvio que quando uma cena é mais
macabra e obscura, os filmes colocam tons mais escuros que enfatizam o
sentimento da cena, mas nesta animação há algo a mais.
Como um dos pilares do
filme é a religião, há vários traços católicos em diversas cenas, mesmo porque,
como o título do filme já indica a história se passa na catedral de Notre Dame
(ou pelo menos aos arredores), portanto os animadores tiveram que buscar uma
maneira de colocar em algumas cenas tanto o traço religioso quanto o sentimento
do personagem. É bela a maneira como foram representadas Paris e a catedral no
filme, a cidade parece enorme, e trabalhada até no mais mínimo dos detalhes,
enquanto que a catedral tanto por dentro como por fora mostra todo seu
esplendor e grande beleza dos detalhes góticos.
Claro que não posso deixar de
falar das músicas, novamente com o traço religioso que não deixa esquecer deste
forte pilar da animação. Uma das músicas deste filme que mais chocam,
principalmente o público mais velho (digo isto, pois quando eu era criança não
entendi esta cena muito bem, parecia que o personagem estava bravo e apenas
isso, vendo esta mesma cena hoje com mais maturidade vejo o que ela realmente
representa), refiro-me à cena onde Claude Frollo canta “Hellfire”.
Analisando a
letra da música começamos por um personagem que esta se confessando e aos poucos
ele revela quais são seus pecados, Claude estava tentado por Esmeralda ele a
desejava, ele é acompanhado em sua cantoria por outros padres que cantam em
latim (vale lembrar que antigamente as missas em todas em latim) “Mea maxima
culpa” que seria algo do tipo “minha mais máxima culpa”.

Vê-se que há um grande
envolvimento da história com a religião, o que é ponto positivo do filme, pois,
apesar de não ser uma adaptação 100% fiel, mantem a essência da história, pois
isto é o que Victor Hugo coloca em sua obra. Ele era um homem religioso, porém não
tolerava a faceta arrogante e déspota da igreja, e com sua obra ele consegue fazer
uma análise aberta da religião e também ao terror da idade média, a perseguição
e a opressão.
Pessoal, por hoje é só, espero
que tenham gostado do post e espero se animem a ler o livro de Victor Hugo para
aprofundarem-se mais na história!
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L Quinn |
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