Depois de semanas disponíveis antecipadamente aos assinantes do Disney+ que desembolsaram mais R$69,90 para ter um acesso ao filme, finalmente todos assinantes do streaming da Disney podem (re)ver Natasha Romanoff (Scarlet Johansson) em ação em seu tão aguardado filme solo.
Após anos de pedidos de fãs, depois de uma pandemia adiar mais e mais o lançamento do filme, agora a heroína Natasha Romanoff, a Viúva-Negra, pode comentar sobre o que foram os eventos de Budapeste, citados em Vingadores, bem como viver uma aventura própria que toca diretamente em seu passado.
Direção: Cate Shortland
Lançamento: 2021
Enredo:
O filme possui uma estrutura clara: inicia-se no passado da personagem, em Ohio, em 1980, mas que precisa rapidamente sair de casa, porque as autoridades policiais suspeitam que os espiões sovietes (a família de Natasha) estavam infiltrados. Cabe lembrar que, à época, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS, ou só União Soviética) ainda existia (a nação se desmantelou em 1991). Nesse flashback vemos Natasha e sua família saindo de Ohio e indo para Cuba, lá ela e sua "irmã" (explicarei as aspas a seguir) são capturadas e vão para a Sala Vermelha, local de treinamento das Viúvas-Negras, um grupo de garotas que sofrem experimentos científicos para se tornarem agentes especiais da União Soviética. As Viúvas são compostas somente por mulheres, garotas que são levadas de suas famílias para a Sala Vermelha.
Depois dessa apresentação, somos colocados no presente: Natasha operando na ilegalidade no imediato pós-Guerra Civil. Afinal, ninguém sabe o que houve com ela entre os eventos de Guerra Civil e Vingadores: Guerra Infinita. Agora sabemos: enquanto os Vingadores se dividiram e alguns se tornaram fugitivos, Natasha precisou lidar com o retorno do projeto das Viúvas-Negras (que agora está ainda mais perigoso!). Nesse processo, ela retoma contato com sua família. O filme ainda conta com um novo vilão: o Treinador.
Família?
O filme tem o objetivo de explorar mais o passado de Natasha, o que leva inevitavelmente a questionar sobre seus laços familiares. Aqui vai um comentário: a família apresentada no filme não é real; pai, mãe, irmãs, nada disso é estabelecido pelo sangue, mas funcionam como um disfarce para despistar os policiais americanos dos espiões sovietes. Mas é claro que isso não é o suficiente; pelo que o filme revela, a família se estabeleceu no local por 2 anos. Dois anos morando juntos, convivendo, brincando, indo à escola, fazendo as tarefas de casa etc., o que deixou marcas na Yelena Belova (vivida pela incrível Florence Pugh), a "irmã fictícia".
O que destaca no filme, no núcleo familiar, são as irmãs: Natasha e Yelena são as estrelas do filme, isso é claro. Nesse filme podemos ver a Natasha menos durona, menos espiã, mais uma irmã mais velha que se preocupa com a caçula, que quer acabar de vez com a Sala Secreta e livrar as mulheres desse domínio. Yelena, porém, não é exatamente parecida com a irmã: de personalidade forte, sem papas na língua, resolve tudo de forma mais bruta - e odeia as poses que a irmã faz em cenas de ação, o que gera muitas piadas.
Um filme de espionagem?
Natasha e Yelena Romanoff's |
A primeira metade do filme é realmente uma investigação, perseguição policial. Foi a melhor parte do filme. Mas não seguiu nesse ritmo, cada vez mais migrando para a "ação Marvel", ou seja, algo muito acima do normal/humano. Não quero aqui dizer que Tom Cruise faz coisas "humanas" em Missão Impossível, não. O que quero dizer é que a ficção apresentada no filme da heroína começa com os pés no chão, mas aos poucos vai gerando asas e voa para bem longe do solo. O final do filme tem um desastre semelhante ao ocorrido em Capitão América 2: Soldado Invernal, mas não tão bem executado quanto este. Enquanto o filme mantinha seus pés no chão, ele era muito bom. Depois disso, o lado espião some, contando apenas algumas reviravoltas que são necessárias, mas não causam tanto impacto dado a falta de importância que damos às demais personagens (incluindo o vilão principal).
Nenhum comentário:
Postar um comentário