Olá! Manuel Bandeira foi um poeta da primeira geração modernista brasileira, e o curta de 10 minutos dirigido por Joaquim Pedro de Andrad...

O Poeta do Castelo - um retrato de Manuel Bandeira

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Olá!
Manuel Bandeira foi um poeta da primeira geração modernista brasileira, e o curta de 10 minutos dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, mostra o cotidiano de um dos grandes mestres de nossa literatura. Em 1904, quando tinha 18 anos contraiu uma doença que na época era incurável e por ter sempre a incerteza de quanto tempo viveria, acabou por ter a morte como uma sombra e uma libertação.

Testamento

[,,.] Criou-me, desde menino,
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me para um dia a saúde...
Fiz me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai! [...]

- Manuel Bandeira

[Sinopse]
Versos de Manuel Bandeira, lidos pelo poeta, acompanham e transfiguram os gestos banais de sua rotina em seu pequeno apartamento no centro do Rio, a modéstia do seu lar, a solidão, o encontro provocado por um telefonema, o passeio matinal pelas ruas de seu bairro.


[Resenha e sobre os poemas]
Um dos principais temas apresentados por Bandeira em seus poemas é a apresentações de cenas e situações tão cotidianas para nós que se tornam banais. Entretanto, por ser vítima da tuberculose, o autor não passa por muitas dessas situações e passa a refletir sobre esses momentos da vida. O curta retrata muito bem esse aspecto, com versos declamados por ele mesmo, observamos sua vida; inicialmente ao som de Testamento: "Belo belo minha bela. Tenho tudo que não quero. Não tenho nada que quero". 

A composição geral com a trilha sonora é fantástica. Alternando entre ritmos lentos e animados, vemos Bandeira em seu simples apartamento no Rio de Janeiro, quase que contando sobre os sentimentos. Com uma linguagem simples, típica modernista, percebemos suas insatisfações e decepções da vida, sempre comentando aquilo que não poder ter e o que nunca chegou a viver. "[...] a luta que não lutei". 

Retrato de um homem solitário, O poeta do Castelo, é finalizado com Bandeira caminhando pela Avenida Presidente Wilson, e Vou-me embora pra Pasárgada é finalmente entendido e coligado com verso de Testamento, apresentado no início: "Mas o que ficou marcado/No meu olhar fatigado, foram terras que inventei."

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

[...]
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Você pode conferir o curta no youtube, basta clicar aqui.

Até a próxima,
Mi Skywalker


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