Ele é dividido em página de texto em coluna dupla seguida de uma página com uma imagem de sombras projetadas no fundo da polícia civil. Sendo composto portanto de um texto único e simples, sem subdivisões.

Nele, a autora analisa a influência do olhar para o outro e perceber que o viver junto vai além do “eu”, da vida particular, ademais, ela analisa como alguns lugares e até mesmo a ausência deles, influencia na individualidade do homem comum, mostrando semelhanças e diferenças, as vezes ignoradas por não querer estabelecer essa relação, deixando o anônimo desconhecido mais próximo, tornando-o mais “comum” no meio da multidão, contado sua história somente ao olhar no olho do outro.

Por que num período como este que estamos vivendo, não paramos pra pensar em olhar para o outro?

Por que não podemos simpatizar mais com o homem “desconhecido”, tentar entender sua história, sem tantos julgamentos, mostrando mais respeito pelo outro? e como a própria questiona:

“Em que cidade queremos viver?”

Fica aí o questionamento.

Maria Rita Kehl é uma psicanalista, jornalista, poetisa, ensaísta, cronista e crítica literária brasileira. 

 Imagens retiradas da revista Piseagrama-07 através do Google Imagens