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O mínimo para viver - Um olhar sobre a anorexia [+16]

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Olá pessoal! O filme que falarei hoje é um filme que trata de um assunto sensível e muitas vezes invisível para a sociedade, esta que coloca a magreza como uma meta de vida, sendo ela saudável ou não, "O mínimo para viver".



Anorexia e bulimia, o que são?

Antes de falar sobre o enredo em si, resolvi explicar brevemente sobre duas doenças presentes no filme, dos quais pouca gente sabe sobre, ou por não conhecer nenhum caso próximo ou por ter ouvido falar de forma rasa.

Comecemos com a anorexia, que a doença apresentada pela protagonista. A anorexia é um distúrbio alimentar que leva a pessoa a ter uma obsessão pelo seu peso e pelos alimentos que consome. Pessoas com esse distúrbio tem uma visão distorcida de seu corpo, o que leva ela a manter o peso abaixo do recomendado, isso por meio de atividade física em excesso ou ficar longos períodos sem se alimentar.

Já a bulimia é consideravelmente parecida com a anorexia, porém, pessoas com esse distúrbio tem compulsão por comida, e mesmo assim, tomam medidas extremas para evitar ganharem peso. As mais comuns são os vômitos após as refeições, exercícios físicos em excesso e o jejum. Além disso, a bulimia é um transtorno que pode levar à morte.



A história:

Após seis internações frustradas por conta de sua anorexia, Ellen resolve voltar para a casa do pai.

Visto que é cada vez mais difícil manter Ellen saudável, sua madrasta Susan resolve marcar uma consulta para a jovem com um médico muito renomado e com métodos diferentes dos aplicados por outros profissionais.

Ao consultar Ellen, o Dr. William Beckham faz diversos apontamentos sobre sua aparência e saúde. Apesar disso, Ellen retruca "eu não me sinto nem um pouco doente", com isso, Dr. Beckham explica "você pode não se sentir agora, mas se manter esse ritmo, haverá um dia do qual você não irá acordar".

Para tratá-la de maneira eficiente, ele impõe algumas condições: a primeira é não falar sobre comida e a segunda é ela ficar internada durante 6 (seis) semanas.

Mesmo que contrariada, Ellen decide fazer a internação, mas ao chegar no local com sua madrasta, elas notam algo diferente. Não é uma clínica em si e também não é um hospital, mas sim uma casa, o que pode fazer com que Ellen se sinta mais acolhida, pois o lugar é claramente mais acolhedor do que as clínicas comuns.

Lá, Ellen divide o imóvel com mais sete jovens que apresentam o mesmo distúrbio que ela. Durante a semanas que fica na casa, Ellen começa uma jornada de recuperação e autodescoberta, o que a faz enxergar aos poucos o quanto a sua condição é problemática.

Por mais introvertida que seja, Ellen acaba se enturmando com as diferentes pessoas e personalidades, ficando amiga principalmente de Luke.

Porém, apesar disso, existem diversas pessoas nessas condições que para notarem de verdade que estão morrendo aos poucos, elas devem chegar no fundo do poço.



Minha opinião:

Apesar do filme tratar de um distúrbio que normalmente a sociedade vê como aberração, ele nos apresenta o assunto de maneira muito madura e sensível, pois o filme foi feito com base em relatos de pessoas que sofriam/sofrem com anorexia e/ou bulimia.

Eu já tinha ouvido falar sobre as doenças em questão, mas jamais tinha me aprofundado nelas e o filme consegue desenvolver o assunto de maneira muito interessante, prendendo a atenção do espectador a cada minuto. Mostra o corpo esquelético da protagonista (não é a toa que o título original do filme é "To the bone", em tradução livre "Ao osso"), nos mostra também os diferentes métodos usados por esses pacientes para se manterem magros, além dos citados acima. Os métodos usados pela protagonista é o uso de laxantes, medição da grossura do próprio braço e a contagem das calorias de todos os alimentos. O filme trata os distúrbios como doenças reais e extremamente graves, sem deixar de lado o que cada pessoa sente. 

Mesmo entendendo tudo isso, nós espectadores compartilhamos do mesmo sentimento da irmã de Ellen, Kelly, que não entende o porquê da irmã viver com aquilo, tanto que em determinada parte do filme ela comenta "isso não entra na minha cabeça, eu não entendo, porque é só comer", e é exatamente isso que sentimos muitas vezes, pois é algo super natural da vida o ato de comer, de mastigar e de engolir algo, e isso faz com que a gente sinta estranheza quando vemos a vontade da protagonista de comer um doce, por exemplo, e não o faz.

De qualquer modo, por mais que essa estranheza apareça durante o filme, eu fiz de tudo para visualizar as angústias e sentimentos de Ellen, a fim de entendê-la melhor e não julgá-la por conta da anorexia. É importante sempre nos sensibilizarmos e torcermos pela recuperação da protagonista, afinal é algo que pode levar uma pessoa a óbito e deve ser tratado com todo respeito, pois é uma doença como qualquer outra.
Uma curiosidade interessante, é que a anorexia e a bulimia são distúrbios comuns. São registrados mais de 2 milhões de casos por ano de bulimia e mais de 150 mil casos por ano de anorexia no Brasil.

Eu gostei muito do filme, me fez pensar muito sobre como a pressão estética ou problemas pessoais podem desencadear algo tão ruim, mas como disse o Dr. Beckham durante o filme "é inútil achar uma razão". É um filme diferente,  que trata distúrbios do gênero de maneira muito profunda e delicada.

E uma salva de palmas para Lily Collins, pois ela deu um show como Ellen, pois eu realmente acredito que ela teve que perder peso para estrelar o filme, assim como Christian Bale para "O operário", pois ficou extremamente realista a magreza.

É um filme original da Netflix, muito interessante, consideravelmente didático e muito profundo, super recomendo, vale muito a pena.


É isso gente, espero que tenham gostado e até a próxima!




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