O recém-lançado filme brasileiro foi extremamente aclamado e chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; Aquarius é um longa...

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Aquarius - o que fazemos pelo o lucro? (+18)

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O recém-lançado filme brasileiro foi extremamente aclamado e chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; Aquarius é um longa-metragem que fala sobre uma sede insaciável de lucro (sim, grana) e os limites éticos que são barrados para tal fim.

Primeiro, vamos parabenizar o leitor que não foi embora no momento que leu "filme brasileiro ". [Salva de palmas!] Existe uma ideia generalizada que os filmes brasileiros são de baixa qualidade e tentarei quebrar essa ideia hoje; talvez os filmes de maior  sucesso tenham uma qualidade questionável e/ou seja de humor - algo que já me cansou. Mas não é uma regra! Filmes como Tropa de Elite  (diretor: Zé Padilha) são um enorme sucesso e de altíssima qualidade, assim como Aquarius,  e há outros filmes que não citarei por não ter assistido (justamente porque são comédias meio "pastelonas", diferente de "O Auto da Compadecida", filme que adoro e acho brilhante, assim como o livro. Encerrados os preconceitos? Se sim, fico contente; se não, acho que o leitor deveria estudar um pouco sobre o Cinema Novo (época do Cinema Brasileiro de 1950) e ver as influências brasileiras pelo mundo afora até hoje.

Enfim, vamos falar do filme?
Aquarius, dirigido e roteirizado por Kebler Mendonça Filho, lançado em 1 de setembro de 2016; duração de 2h 25 min, gênero: Drama. Elenco: Sonia Braga (Clara), Humberto Carrão (Diego), Paula de Renor (Fátima) etc. O filme se divide em 4 partes ao longo da história.

Aquarius é um lugar, um condomínio, no qual Clara viveu anos e suas principais lembranças estão guardadas. Ela enfrentou um câncer durante os anos 80 no Brasil, ainda durante a Ditadura Civil-Militar (1964 - 1985). A cena de comemoração do aniversário de uma tia da família de Clara é bem marcante por conseguir recriar o ambiente da década de 80 de forma extremamente detalhada e fiel. Após essa cena somos colocados no presente, 2016, onde os cabelos de Clara (título da primeira parte) já deixaram de serem curtos, "estilo Elis Regina" como dito no filme, e são bem grandes - essa comparação serve para mostrar o quanto tempo se passou e as mudanças que ocorreram.
Clara, mãe de três filhos já adultos, vivem em um apartamento de luxo no Recife, em frente ao mar, tem uma empregada, Fátima, para ajudar nas tarefas de casa; mora só, seu marido está falecido e tem uma vida boa. Tudo isso muda quando percebe que o condomínio tem se esvaziado, pois há uma empreiteira que visa criar um novo condomínio residencial, esse projeto é comandado pelo Diego. Clara recebe diversas ofertas para abandonar o edifício, mas mesmo que com um preço excelente, ela recusa por ter sua vida marcada naquele lugar. A partir daí começa uma pressão da empreiteira, dos ex-vizinhos de Clara e de mais uma penca de gente para ela se mudar.

A proposta do filme é mostrar até que ponto conseguimos ter liberdade em nossas escolhas, uma vez que a empreiteira faz de tudo para Clara mudar de ideia, atormentando o psicológico da personagem etc [não falarei mais pois será spoiler] , até que ponto nossos interesses não se sobressaem os demais, nossa cobiça por lucro não viola nossa ética  e entre outras questões.
O filme é brilhante, de verdade, tem uma trilha sonora muito boa e músicas lindíssimas ( destaque para um cantor que não conhecia: Taiguara, a música que toca é "Hoje", se curte História acho que entender esse músico seria legal… O único defeito do filme é seu tempo de duração, acredito que ele é condizente para desenvolvimento e aprofundamento das personagens, mas ao mesmo tempo ficou muito massante, cansativo, esse seria minha única crítica negativa, de resto só merece elogios. É um filme para quem está disposto a algo mais "alternativo, crítico e reflexivo.
Essa foi a recomendação do dia pessoal! Espero que tenham gostado! Abraços e até a próxima!

Agora entramos num ponto mais polêmico do filme: sua vertente ideológica. Meu objetivo era falar do filme e falei, agora tenho que falar sobre a repercussão que gerou quando os atores defendiam o governo Dilma quando falaram que "houve um golpe no Brasil!" Essa polarização política chegou à níveis elevados ao ponto de ter gente querendo boicotar um filme por isso! Esse tipo de coisa não posso concordar, se você discorda do Impeachment ou não tanto faz, mas se fechar para arte por questões políticas é extremismo ao meu ver. Fiquem com a imagem que diz um pouco sobre isso.



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