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Hidden Figures foi lançado no final de 2016 e começo de 2017 e levou algumas indicações ao Oscar, incluindo o de Melhor Filme, sendo um dos poucos indicados na categoria a ter sido produzido por um grande estúdio. O elenco conta com muitos conhecidos das telas: Taraji P. Henson, Octavia Spencer, Kevin Costner, Kirsten Dunst, Jim Parsons. O roteiro e a direção ficaram com Theodore Melfi.

Sinopse

1961. Em plena Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética disputam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na NASA, onde um grupo de funcionárias negras é obrigada a trabalhar a parte. É lá que estão Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe), grandes amigas que, além de provar sua competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA.

Estrelas Além do Tempo tem um enredo que retrata o racismo nos anos 60 de forma muito mais leve do que estamos acostumados. Não é uma trama muito elaborada, e pode-se dizer que até um pouco raso, mas é um filme gostoso de se assistir. Obviamente, o foco é mostrar como a segregação impedia que o trio principal evoluísse dentro da NASA, mesmo tendo capacidade para tal. 

Os personagens de Kirsten Dunst e Jim Parsons representam os mais relutantes em aceitar as mulheres negras no ambiente, e por mais sutil que seja, a sua hostilidade perante a elas. Já o diretor, Al Harrison (Kevin Costner) mostra o outro lado, o chefe que não se importa com o gênero e nem a cor da pele, ele requer produtividade e qualidade no trabalho. Apesar de deixar claro que a personagem principal é Katherine Johnson, o filme equilibra muito bem a história de Vaughn e Mary Jackson. A leve contraposição que é feita do ambiente de trabalho para o familiar é muito boa, é possível ver um reflexo de um no outro. 

A trilha sonora dá um certo eufemismo ao filme, como nas cenas que Katherine tem que correr uma grande extensão para chegar ao banheiro para mulheres negras. Isso não foi um fator positivo ao meu ver, faltou um pouco mais de seriedade para tratar de um assunto tão sério como racismo, que é percebido principalmente através do "clima" presente dentro dos escritórios da NASA. O que mais irrita dentro das falas das personagens sobre o preconceito, é o constante uso da frase "é o jeito que as coisas são". Demonstra o conformismo e a aceitação de uma situação que deveria mudar. 

A parte da corrida espacial é retratada com desespero pelos americanos, mas isso já era de se esperar, uma vez que nesta época a União Soviética estava muito mais evoluída que a dos EUA. Outro ponto é que, apesar de um filme raso e sem aprofundamento, ele traz discursos motivadores e ações reais. Ambas as cenas em que Mary vai ao juri para conseguir autorização para cursar uma faculdade segregada, ou a que Dorothy vai a biblioteca pública e não pode alugar um livro da sessão para brancos, livro cujo iria ajuda-la a evitar a perda do emprego, são extremamente inspiradores. 

Estrelas Além do Tempo é um filme para assistir com a família, apesar de retratar o racismo, ele não o faz com maestria, e não cativa muito o espectador que estava a espera de uma grande crítica.

"Planejo ser uma engenheira na NASA. Mas não conseguirei sem estudar naquela faculdade de brancos. E não posso mudar a cor da minha pele. Então, não tenho escolha, exceto ser a primeira"

- Mary Jackson

Até a próxima!