Para os apaixonados por Astronomia - a ciência dos astros, não astrologia que trabalha com as constelações e afins, a série Cosmos deve ser bem conhecida, tanto sua versão clássica do Carl Sagan quanto a atual com o cientista americano Neil Degrasse Tyson - que dá continuidade à série de 1980 do Sagan. E o que isso tem a ver com Guardiões da Galáxia 2? O Espaço Cósmico, meus leitores… "O espaço, a fronteira final…"

Acreditava-se que o sucesso de Guardians of the Galaxy 1 foi causado pelo desconhecimento do grupo, ninguém nunca tinha ouvido falar nos Guardiões, só os fãs mais apaixonados pela Marvel e, ainda sim, eram poucos que realmente gostavam do grupo; seguindo essa linha de pensamento, a preocupação com a sequência do filme seria maior, pois agora o mundo foi apresentado aos Guardiões, e mais que isso, o público amou os Guardiões! Como James Gunn lidaria com esse oceano de fãs da franquia? Oras, a resposta era evidente, lhes dando mais daquilo que foi aclamado no primeiro filme, somado à uma história mais elaborada, será que deu certo? 

Como o filme funciona?

O filme não tem um vilão estabelecido como antes, não há um Ronan, há uma série de acasos que prejudicam os Guardiões, pois o foco do filmes está no grupo. Todo personagem fica ainda mais profundo, tem seus defeitos ainda mais expostos, demonstrando as interações entre os membros do grupo. A ausência de um vilão não torna o filme ruim, na verdade, acredito ter tornado-o ainda melhor, não precisar se aprofundar no vilão permitiu que os heróis fossem ainda mais bem trabalhados, destacando personagens que ficaram obscuros no primeiro filme, como o Rocket Racoon, Drax, Gamora, Nebulosa, Yondu e muitos outros; o tempo de tela foi bem dividido entre cada um dos personagens, podendo ainda inserir novos membros como a Mantis, Ego, o planeta vivo -excelentemente vivido por Kurt Russerl! - e muitos outros. O filme tem uma típica coloração "James  Gunn", tão caprichada que há momentos - muitos momentos - que o filme poderia congelar e virar um quadro, sempre acompanhado de bons efeitos especiais. 

O enredo do filme, pode-se dizer, está centrado no pai do Peter Quill e nos próprios guardiões, qualquer coisa a mais que isso pode resultar em spoilers, portanto pararei aqui.

Como era bom os anos 80

Não sou desse tempo, sou Millenium, mas ao assistir Guardiões da Galáxia 2, sinto-me transportado para esse tempo, não pelas naves espaciais, nem pelas armas extremamente futuristas do Rocket; sou levado aos anos 80 pelo próprio Quill, um apaixonado por música - e boa música - desse período (o motivo disso está no primeiro filme, basta ver), e o filme é recheado de referências aos filmes, séries, aparelhos eletrônicos e jogos de videogame desse período. E já que falamos de músicas, a trilha sonora do filme é, novamente, um show a parte! Minha acompanhante, que viu o filme comigo, me disse uma coisa muito verdadeira: "A música nesse filme é quase uma personagem!" De fato ela funciona assim, ela é muito presente, intensifica as cenas, só que isso é o papel da trilha sonora por si só, o que acontece em GdG2 é a "insistência", a importância que os personagens em si dão às músicas e isso é visto logo na introdução do filme. 

"Isso é tão anos 80…"

Conclui-se que…

É um baita filme!

Não sei como sairá da sessão, caro leitor, mas eu fiquei emocionado desde a primeira cena até a última cena pós-crédito (lembre-se que são 5! Fique até o final e veja o tópico que escrevi abaixo). O filme te diverte, te emociona, te faz ficar sorrindo durante a sessão daquele jeito idiota e apaixonado. Muita risada, muita música, muitos efeitos especiais, muitas cores belíssimas e é vendo esse filme que percebe o quanto o universo é belo, e isso tem tudo a ver com Cosmos! [risos]

Para o infinito e além! (SPOILERS)

Uma vez consolidado o universo cósmico da Marvel, James Gunn agora adentra em territórios ainda pouco explorados pelo estúdio. É certo que a Marvel cita muitos personagens, faz muitos easter eggs, referências a mil sobre quadrinhos, séries e filmes, contudo há coisas que não foram tão trabalhadas, "pontas soltas" dessa vertente cósmica e riquíssima da Marvel. Eu só poderia trabalhar essa sessão com spoilers pois o filme só pode se aprofundar em seres como os Celestiais, a Eternidade, o cão Cosmos, os Vigias, os Guardiões da Galáxia 3000 e Adam Warlock através de cenas explícitas. Primeiro devo dizer que eu gritei muito na sessão quando vi cada um desses personagens, principalmente com os Vigias, que são personagens do Quarteto Fantástico e que deveriam estar com a FOX (será que veremos o QF no MCU?! Espero que sim!), e claro, quando falou nos Celestiais e o Quill falou: "[…] eu vejo... A Eternidade!" Minha cabeça na hora associou à entidade cósmica, talvez esteja errado, mas seria épico ver esses seres nas telonas.