A personagem de Lewis Carroll, Alice, é famosa por sua principal obra: "Alice no país das Maravilhas", um clássico absoluto e é in...

Alice através do Espelho (o filme) : mais uma viagem de Alice

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A personagem de Lewis Carroll, Alice, é famosa por sua principal obra: "Alice no país das Maravilhas", um clássico absoluto e é indispensável para jovens e adultos por abordar, de forma infantilizada, dilemas da juventude (pelo menos essa é uma das milhares de interpretações que o livro teve). Após fazer esse clássico (que penso vez ou outra abordar aqui no blog, mas gostaria de ter um feedback dos leitores para ver se vale a pena), Lewis lançou uma sequência da vida de Alice: "Alice Através do Espelho"; confesso aqui que li primeiro este livro e depois fui ler o "País das Maravilhas", achava (tolamente) que o que vi da famosa animação da Disney seria o suficiente para dar sequência ao universo de Alice, grande erro. Só entendi Alice ao ler a obra original - e foi um dos primeiros livros que li em inglês e recomendo fortemente para quem quer treinar a língua.
Hoje, infelizmente, não posso abordar o vasto universo que existe nas obras literárias de Alice, mas vou abordar o filme. Então vamos lá!

Sinopse:
Alice retorna de uma expedição marítima, comandando o navio de seu falecido pai. Ao chegar em sua terra e ver sua mãe descobre que há problemas a serem resolvidos. É quando a jovem entra no espelho e retorna ao "mundo das Maravilhas" que descobre que seu grande amigo, o Chapeleiro Maluco, precisa de ajuda e para resolver o problema, Alice precisará combater o Tempo!

Como o filme funciona?
O filme - já antecipo - é tedioso e mediano. Não senti emoção em nenhum momento, aquele "brilho e emoção" que o universo de Alice deveria trazer não se encontra no filme. Enfim... O filme aborda essa viagem da Alice e sua chegada, cheia de problemas para lidar com a hipoteca da casa, conflitos com a mãe e questionamento sobre a sanidade da jovem; após um tempinho a aventureira Alice acaba por ser perseguida e, para tentar fugir, entra no espelho que leva-a para o mundo das maravilhas, onde todas as personagens icônicas se encontram a espera da menina (O Coelho, a ratinha, os gêmeos, o Gato, a rainha branca), mas um dos personagens não está lá: o Chapeleiro Maluco. Os amigos do Chapeleiro estão preocupados por acharem que ele pirou de vez, alegando que poderia salvar seus pais, que estariam mortos há anos. O único jeito de resolver o problema seria Alice se arriscando para usar a tempo-esfera que estaria no castelo do Tempo (o elemento tempo aqui é personificado), viajar no tempo e salvar os pais do Chapeleiro, impedindo que ele fique triste e doente - e consequentemente, da morte do amigo.
Por essas e outras considero o Gato Risonho um dos melhores personagens do universo da Alice

Crítica:
O filme, para mim, ficou muito fraco. Alice viaja no tempo para lidar com uma coisa que poderia ser resolvida em menos de 30 minutos de filme e pior, eles usam esse artifício só no final do filme! Ou a personagem de Alice se tornou meio tapada ou ela foi muito inocente. A trilha sonora é extremamente descartável - o contrário do que o primeiro filme da saga fez, tanto que a música principal do filme foi um hit na época (eu lembro porque detestava a música, achava muito enjoativa, "ops, falei!"); os efeitos especiais me pareceram mais fracos que o primeiro filme, sem falar que não existem mais cenários belíssimos como o filme anterior, além de muitas coisas ficarem extremamente sem explicação (como os novo guardas da rainha vermelha serem, sem brincadeira, feitos de frutas). A única coisa que posso talvez elogiar são as personagens e suas customizações, o divertimento do filme foi fraco ao meu ver.


Conclusão:
Entre o primeiro e o segundo filme, fique com o primeiro; entre o primeiro filme e a animação, fique com a animação; entre a animação e ler o livro clássico, pelo amor de Deus, não pense duas vezes e vá ler o clássico! Alice é um conto infantil, seu universo é infantil, mas seus questionamentos são adultos e complexos! Acredito que seja um livro indispensável para o público jovem, é um daqueles raros casos no qual o autor criou um universo próprio - tal como Kafka com o seu próprio universo através de "A Metamorfose", "O Castelo", "Na Colônia Penal"; Tolkien com a "Terra Média"; G.R.
  Martin com "Game of Thrones" e por aí vai, cada um desses livros nos faz refletir sobre uma série de coisas ou mesmo nos levar para outros lugares, permitir nossa mente sonhar um pouco e 
infelizmente esses filmes da franquia Alice me decepcionaram muito, não porque sou mais velho, mas sim devido ao fato de ler o livro e ter entendido (pelo menos eu acho que entendi) a mensagem e não consigo me contentar com o que é mostrado para o grande público. 
PS: livro do "Alice no país das Maravilhas" é de domínio público, só procurar na internet que você certamente encontrará, tanto em português quanto em inglês, basta ler. 

Nota: 3,0/5,0



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