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Eternos - A apologia da Humanidade (resenha sem spoilers)

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 Olá Iniciantes, como vão? Esperamos que estejam bem!

Hoje, depois de muita espera, finalmente falaremos de "Os Eternos", filme dirigido pela ganhadora do Oscar, Chloé Zhao, e que demorou muito, mas muito tempo mesmo, para enfim chegar às telonas! Conversaremos um pouco sobre todo esse processo  e o que temos hoje como resultado em nossa resenha. 

Título: Eternals

Duração: 157 min. 

Elenco: Gemma Chan (Sersi), Richard Madden (Ikaris), Kumail Nanjiani (Kingo), Lia McHugh (Duende), Brian Terry Henry (Phastos), Lauren Ridloff (Makkari), Barry Keoghan (Druig), Don Lee (Gilgamesh), Kit Harington (Dane Whitman), Salma Hayek (Ajak), Angelina Jolie (Thena)





Uma história... de 7 mil anos:

    É um desafio falar do filme dos Eternos. Muitas são as qualidades, muitas questões atravessam o enredo. A começar pelo início. Eternos inova por ser o primeiro filme da Marvel a recorrer a um texto, ao melhor modo Star Wars. Não se trata de um texto longo, é verdade, mas envolve diversos conceitos de uma só vez, e digo que são conceitos importantes para o desenrolar da trama. 

    A história começa há muito tempo, quando Os Celestiais criam os Eternos para combater os Deviantes, raça que trouxe treva ao Universo. A Eterna Primordial, Ajak, recebeu a ordem do grande Celestial Arishem para aniquilar os Deviantes que estavam atormentando o planeta Terra há 7 mil anos. Daí Arishem cria os demais celestiais para acompanhar Ajak, são eles: Ikaris, Sersi, Druig, Duende, Phastos, Gilgamesh, Kingo e Makkari; então, eles partem à Terra. Mas não a Terra que temos hoje: o filme tem o grande mérito de traçar uma história das mais antigas civilizações que temos registro para explicar o desenvolvimento da cultura, da tecnologia, das línguas e afins que ocorreram ao longo dos séculos até chegar nos tempos presentes (ou seja, o período pós-Ultimato, mas que não fica claro exatamente quando). 


A partir dessa ideia central a trama do filme se dá, pois os Eternos acreditavam ter exterminados os Deviantes, mas logo surgem ataques dessas criaturas e os Eternos precisam se reunir após séculos separados. 

Personagens:

        Logo no início do filme vemos os Eternos trabalharem em conjunto para vencer a ameaça Deviante. Diferente dos Vingadores, os Eternos já iniciam sua carreira em equipe cientes dos poderes uns dos outros, o que os ajuda a criar táticas de combate etc. Mas quem está assistindo o filme pela primeira vez, não decora com facilidade os nomes nem habilidades de cada membro, então o filme se permite prolongar a explorar detalhadamente as habilidades de cada um; por isso não vamos entrar em  detalhes sobre os poderes nesse resenha, o que importa dizer é que os Eternos são extremamente poderosos, dominam por completo suas habilidades e também conseguiram viver escondidos entre os humanos por todo esse período.

    Caso não tenha percebido, os Eternos possuem nomes, no mínimo, peculiares; a ideia por trás é o seguinte: os Eternos vieram há Terra há 7 mil anos, ajudaram no desenvolvimento das civilizações mais notáveis do mundo antigo, e, dotados de enormes poderes, foram louvados como deuses, ao ponto de se tornarem personagens mitológicos, como caso de Thena, que logo passou a ser chamada de "Atena", deusa grega da guerra e sabedoria; ou Ikaris, que logo virou Ícarus; Gilgamesh, que virou um ser da mitologia mesopotâmica (há registros sobre esse que é considerado um dos mais antigos poemas que temos registro) e por aí vai. 

        Sersi é um desses casos. Na mitologia grega, ela é "Circe, a feiticeira". Mas aqui, ela é uma Eterna que trabalha num Museu e é a grande protagonista do filme, apesar de dividir muito bem o tempo em cena com os demais personagens. Sersi, ao meu ver, foi uma surpresa das melhores. Incrível a habilidade da Gemma Chan em conduzir tão bem um personagem tão humano, sendo ela mesma uma "divindade". E nesse ponto gostaria de me prolongar mais. 

        Ao longo do filme vemos Sersi ter de lidar com os demais Eternos e com seu relacionamento com o humano Dane Whitman. Mas nas cenas que vemos Sersi, há um sentimento de "pequenez" ou "redução" da personagem; não por ela ser realmente inferior, ela se sente inferior. Sersi aqui representa a humanidade, suas características, seus sentimentos de amor pelos humanos, a felicidade que ela demonstra ao estar e viver entre eles é grande, mas ao se voltar para os Eternos ela se sente como uma "peça fora do lugar". Penso ser isso proposital: a Sersi é a personagem que serve de "ponte" entre o público e os Eternos, ela é a humanidade representada! Não por acaso ela trabalha no Museu! Onde mais encontraríamos a grande História humana? Os museus revelam as grandes tragédias e invenções que foram feitas pelos homens, é nesse espaço que Sersi vive, estuda, trabalha, se realiza. Então, diante de Druig, Gilgamesh, Thena e outros, como é possível se identificar? Sersi mostra o que seria para um humano estar vivendo aquela situação.

    Todavia, o filme não gira somente em torno dela. Ajak, Thena, Gilgamesh, Kingo, Druig, Ikaris, Duende e Phastos são incríveis também! O espaço de duas horas e meia do filme é um momento para você se afeiçoar, simpatizar, compreender o lugar e dores de cada um. O que inclusive acirra conflitos entre público e os personagens. Falo por experiência própria: achei alguns personagens babacas em alguns instantes, noutros eu só ficava contente em vê-los em cena! Causar esse sentimento no público é fruto de um ótimo trabalho de atuação de cada um. E aqui gostaria de dar atenção para a Angelina Jolie, que esteve em pôsteres, trailers e foi uma surpresa enorme quando ela foi anunciada como integrante do elenco; porém nem de longe temos Jolie como a grande personagem do filme, ela é "colocada de canto", mas com uma justificativa interessante por trás dessa postura. De qualquer modo, quando ela aparece, a cena realmente toma um tom diferente e há peso dramático (e boas cenas de ação também!).


O filme antes do filme:

        Conforme prometido, vamos falar sobre a história do filme, antes do filme. Em 2018 foi anunciado um longa-metragem dos Eternos, ainda sem direção e elenco confirmados. Em 2019 teríamos a organização do filme. Entre 2019 e 2020, a filmagem; mas a parte de pós-produção foi diretamente afetada pela pandemia do coronavírus, o que causou atraso. O filme só ficou pronto mesmo ao final de 2020, e precisou ter o lançamento adiado pela pandemia. O que era planejado para 12 de fevereiro de 2021 se tornou novembro de 2021! 

        Com certeza toda essa demora causou aflição no público. Após tantos adiamentos, será que o filme sairia bem? Será que os atores aguentariam tantas refilmagens? Pouco foi divulgado sobre o filme e teve atraso no lançamento de seus trailers. Agora vamos conferir nossa opinião final.

A conclusão celestial:

        Recentemente, tenho visto muitos anúncios que o filme teria "floppado", que as críticas do filme estão entre as mais baixas entre os filmes da Marvel etc [no Rotten Tomatoes, por exemplo, a média das críticas de cinema está em 47%].  for o caso, só tenho a lamentar pela equipe de críticos, pois, no meu entendimento, Eternos está entre os melhores filmes da Marvel Studios e, talvez, do gênero de super-heróis

        Eternos conta com um complexo enredo, vários conceitos e dez personagens centrais, desconhecidos pelo público geral, além de todos percalços de produção, lançamento atrasado pela pandemia e mais. Mesmo assim, temos uma obra sólida, com ar de cinema autoral, mesclado com o grande investimento em efeitos especiais dignos dos grandes blockbusters de Hollywood. Graças ao enredo e roteiro interessantes (que, ao seu modo, foge à fórmula Marvel), um elenco sério e uma produção de altíssima qualidade, só podemos dizer que valeu a pena a espera pelo filme! 

        Todavia, uma ressalva: é inegável que Eternos cause uma discussão entre o público e os críticos, afinal, trata-se de um dos filmes mais diferentes da Marvel. Diferente de Guardiões da Galáxia, que apresentavam um filme de humor ambientado num cenário de ficção científica e trazendo personagens desconhecidos; Eternos apresenta personagens desconhecidos de uma ficção científica, que, por acaso, se ambienta no Univero Cinematográfico da Marvel. É, inclusive, um filme que pode ser visto praticamente à parte, sem considerar os demais filmes do MCU; sua conexão só se dá mais para o segundo e terceiro ato do filme, em cenas específicas. 

        E no que tange ao desenrolar da história, cremos que a tarefa foi bem executada. O primeiro momento serve de introdução às personagens, ao fator histórico do filme (antigas civilizações) e mostrar o que os Eternos simbolizaram para os humanos. A sequência do filme, ao se ambientar no presente (e, ocasionalmente, remeter à flashbacks) acaba por ser mais fácil de entender o ambiente e o que é o fio condutor da trama. Por fim, o último ato é onde ocorre o confronto final, desfecho, encerramentos e duas cenas pós créditos que merecem atenção!


        Conclui-se que Eternos é realmente um filme diferente dentro do campo da Marvel, mas que, mais do que Viúva-Negra e Shang-Chi, realmente escancara as portas da Fase Quatro do MCU e faz apostas certeiras nas cenas de sexo e romance homoafetivo que nunca estiveram presentes noutros filmes do estúdio (inclusive, estão entre os melhores momentos do longa e, talvez, de todo MCU!). Por isso, encorajamos todos a assistirem Eternos, humanos e Deviantes neste grande filme! 

Obrigado por ter lido esse post, esperamos que tenham gostado! Nos vemos em breve!



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