O que é o que? É filho da noite, se pendura, assusta e mesmo assim não deixamos de amar? A resposta: Batman.  Em 2022, mais um filme do morc...

The Batman - A grande charada respondida (review s/ spoiler)

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O que é o que? É filho da noite, se pendura, assusta e mesmo assim não deixamos de amar? A resposta: Batman. 

Em 2022, mais um filme do morcegão é adicionado na lista de adaptações do maior detetive do mundo. Mas dessa vez, o detetive realmente precisa lidar com quebra-cabeça complexo, pois o grande vilão da vez não é o Espantalho ou Coringa, e sim o Charada. Será que o filme é realmente tudo isso? No post de hoje daremos nosso veredito sobre o novo longa-metragem do Homem Morcego, que agora encontra-se disponível na plataforma de Streaming do HBO Max.


Ficha Técnica:

Direção: Matt Reeves

Duração: 2h 56min

Estreia: 2022.



Linhas gerais do enredo:

Gotham, a terra onde a violência e podridão humana se expressam em cada esquina, é palco de um novo serial killer, que deixa charadas após atacar suas vítimas. Este novo personagem precisa enfrentar, de um lado, as forças policiais do Departamento de Polícia de Gotham, onde James Gordon (Jeffrey Wright) se vê obrigado a cooperar parcialmente com um estranho vigilante que há dois anos combate o crime na cidade, o Batman (Robert Pattison). Mas esse novo assassino em série deseja revelar algo que mudará todos os rumos dos cidadãos.



Dúvida mortal:

Não é qualquer novidade dizer que o novo serial killer é o Charada (Paul Dano), que causa dúvida nos telespectadores e no próprio Homem-Morcego. O clima de tensão do filme é constante, tanto pela incrível representação de Gotham - diria, uma das melhores já feitas para a mídia do cinema, e sinto grande inspiração das versões da trilogia de games Batman Arkham -, quanto pela própria direção de Matt Reeves, que conseguiu nos apresentar um verdadeiro thriller de suspense, que, na minha leitura, precisava existir no universo de filmes de heróis - honestamente, é preciso reconhecer que este é um dos principais filmes do Batman a abordar a dimensão investigativa do herói, o que é ótimo, pois roteiristas de quadrinhos, séries, filmes e jogos esquecem que o título de "Maior detetive do mundo" pertence ao Morcegão. 



Ademais, poderíamos dizer que este não é um filme de herói: Batman não age como herói, ao contrário, seus métodos, violência e mesmo a sua atuação como Bruce Wayne não representam as virtudes que um super-herói carrega: há coragem para enfrentar o crime, ou há uma dose de loucura e ressentimento no personagem da DC para fazer o que faz? Essas e outras dúvidas atravessam o filme e encontram sua resolução de modo espetacular.

Porém, o filme não se sustenta somente no personagem de Robert Pattison; ao contrário: é sabido a participação de Colin Farrell e Zoë Kravitz, como Pinguim e Mulher-Gato/Selina Kyle, respectivamente. Então, precisamos aqui destacar essas atuações. Farrell está irreconhecível como Oswald Cobblepot (O Pinguim), mas seus trejeitos, dessa figura asquerosa, soberba e prepotente que é o vilão saltam a tela, de modo a causar mesmo uma simpatia pela figura. E Zoe não fica atrás: suas cenas como Mulher-Gato acompanham o clima noir do filme, e, mesmo com poucas cenas para apresentar sua origem, a personagem ganha profundidade junto com a trama do Charada, que acaba por remeter a toda história pregressa de Gotham. 

Contudo, nem todos personagens receberam o tratamento digno de seu nome, nesse sentido a maior vítima foi o famoso mordomo Alfred (Andy Serkis), que possui uma estranha relação com Bruce Wayne e sua persona vigilante. Alfred, apesar de tentar expressar uma emoção sobre teu patrão, precisamente por tê-lo criado e cuidado desde sua infância, ou não possui tempo de tela suficiente ou é interrompido por Wayne. Ademais, o Bruce Wayne aqui nada se assemelha aquela figura de playboy milionário que vimos noutras adaptações do personagem, ao contrário, temos um Sr. Wayne muito mais amargurado, distante dos holofotes, que não dá atenção suficiente para a empresa que é um legado de sua família - esse último tópico especialmente me desagradou, e torço para ser corrigido na sequência deste filme. 



Uma aposta ousada:

Recentemente me disseram: "Ousado é o termo que usamos para falar de alguém que comete uma ação que, de início, nos soa besta, sacana ou mesmo incômoda; mas depois, reconhecemos que foi uma ação bacana, surpreendente positivamente". Creio que essa definição informal (e criativa) cabe aqui: The Batman foi ousado do início ao fim, contando com uma história e uma narrativa que difere consideravelmente dos caminhos adotados pelo cinema de super-heróis, com elenco forte, rompendo com ideias hegemônicas de ser herói. A obra de Matt Reeves possui uma equilibrada combinação do cinema autoral e o cinema mainstream blockbuster - feito realizado por bons diretores, como Roman Polansky no clássico "O Bebê de Rosemary". Apesar de suas sutis escorregadas, considero este um filme do Batman digno de ser visto. Está agora no meu top 4 filmes do Vigilante de Gotham.

E para você, caro leitor? O filme atendeu suas expectativas? O que achou? Deixe seu comentário para interagirmos. Agradecemos a leitura, e até a próxima!



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