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Olá pessoal! O post de hoje é sobre uma animação original da nossa amada plataforma vermelhinha, a Netflix. Um filme onde fala-se sobre espe...

A elefanta do mágico - Acredite no impossível

Olá pessoal! O post de hoje é sobre uma animação original da nossa amada plataforma vermelhinha, a Netflix. Um filme onde fala-se sobre esperança, magia, família e sobre o impossível, "A elefanta do mágico"!


A história:

Vamos começar do começo. Era uma vez uma cidade encantadora, cheia de magia, alegria, luz e esperança. Um dia, infelizmente, uma grande guerra iniciou-se e isso fez com que a cidade e toda a sua população perdessem a esperança e a luz que guiava cada coração.

Em meio a esta onda de descrença, existe um garoto órfão chamado Peter, que foi criado por um velho soldado, o senhor Vilna Lutz. Por ter vivido a guerra na pele, o sargento é um homem um tanto quanto rabugento, sempre acreditando que o pior virá e que Peter tem que aprender que a vida não é tão feliz quanto imagina. Além disso, ele cria o garoto para ser um soldado, com regras rígidas e treinos de marcha.

Em um dia que parecia outro qualquer, Vilna dá à Peter apenas uma moeda para que ele compre um peixe miúdo e um velho pão para ambos comerem. Durante sua ida a feira, alguém esbarra nele e sua moeda cai e "corre" até a barraca de uma vidente. Ao entrar, Peter resolve perguntar para a misteriosa mulher como pode encontrar sua irmã, já que mesmo com senhor Vilna falando que ela morreu no parto junto de sua mãe, Peter se lembra de tê-la visto viva em seus braços. A vidente então responde a importante pergunta com a seguinte frase: "siga o elefante". Mas qual elefante?

Do outro lado da cidade naquela mesma noite, um mágico se apresentava para uma plateia descrente, tentava realizar os mais diversos truques, mas nenhum impressionava. Ele resolve então chamar uma voluntária para apresentar seu último truque da noite, e para sua decepção, nada ocorre como o esperado, o truque faz uma elefanta cair do céu, o que assusta todos no teatro.


No dia seguinte, Peter ouve dizer que uma elefanta apareceu magicamente e ainda está na cidade, então o garoto acredita que a partir dela conseguirá encontrar sua irmã perdida, e compartilha a feliz notícia com o seu vizinho de baixo, o Capitão Leo Matienne, que resolve verificar, junto da condessa, o paradeiro do animal.

Quando Leo descobre que existe a possibilidade da elefanta ser sacrificada por apresentar riscos para a população, ele envia um telegrama ao rei, que é apaixonado por entretenimento e resolve ir até a cidade para ver a incrível criatura.

Após a chegada do rei a cidade, Peter pede que deixem a elefanta com ele, pois ela o levará até sua irmã. Contudo, as coisas não são sempre fáceis. O rei propõe 3 desafios impossíveis ao menino, e caso ele os cumpra, Peter poderá ficar com a elefanta para si. Peter aceita realizar os desafios propostos pelo rei, contestando o impossível.

Ao mesmo tempo, uma garotinha chamada Adele que vive em um convento, sonha com um elefante,  neste sonho ela também deve segui-lo. 


Minha opinião:

Que animação graciosa. Uma história leve, divertida e emocionante. É uma premissa simples e despretensiosa, sua narrativa é linear e fácil de entender, além de ter um enredo cativante, que nos prende do início ao fim.

É um filme que, por mais que traga elementos irreais para dentro da tela, nos faz refletir sobre ter esperança e jamais deixar de acreditar, principalmente em nós mesmos, assim como Peter, que diante de tarefas impossíveis, acreditou que seria capaz de realizá-las. Até porque só é impossível quando deixa de ser.

Eu gostei bastante, assistiria inúmeras vezes, pois além da linda história, o visual é belíssimo, cheio de cores, texturas e elementos ricos em detalhes que deixam o filme ainda mais completo. É visível pela fotografia que, com o passar do filme, a cidade e as personagens vão se iluminando, um sinal da retomada de esperança que havia sido perdida.

Apesar de ser um filme com um título infantil e não trazer muitas expectativas, ele surpreende positivamente aos espectadores, é emocionante. Recomendo demais este filme, uma animação para todas as idades, adorei!

Detalhes técnicos:
Título: A elefanta do mágico (The Magician's Elephant)
Ano de lançamento: 2023
Direção: Wendy Rogers
Duração: 103 minutos
Gênero: Animação, aventura, comédia
Classificação indicativa: 10 anos


É isso gente, espero que tenham gostado, acreditem no impossível e até a próxima!

Olá pessoal! O post de hoje é sobre um livro que transita entre a Londres do século XVIII e a Londres atual, com três protagonistas incrívei...

A pequena loja de venenos - Uma boticária, muitos segredos

Olá pessoal! O post de hoje é sobre um livro que transita entre a Londres do século XVIII e a Londres atual, com três protagonistas incríveis, "A pequena loja de venenos".


A história:

Passado - 1791:

Nella é filha de uma boticária que tornou-se famosa em toda Londres por fabricar inúmeros remédios curativos e por nunca deixar de ajudar alguém. A mesma acreditava no poder curativo da natureza e sempre fez o bem. Sua loja estava localizada no Beco do Urso Nº 3. 

Porém, após a morte da boticária, sua filha Nella assumiu a loja e os ensinamentos que lhe foram passados, mas o que a jovem não sabia é que o seu legado no local seria diferente do de sua mãe. Após sofrer uma decepção amorosa e uma perda irreparável, Nella começou a fabricar venenos, vendidos apenas para mulheres. Seu objetivo era ajudar as moças a se livrarem de companheiros/familiares abusivos e de casamentos infelizes. 

Ao contrário da loja de sua mãe, a sua boutique de venenos fica escondida, e só as mulheres com desejo de vingança e de liberdade sabem como acessá-la.

A vida de Nella era tranquila, apesar de suas dores e mágoas. Todavia, tudo muda quando aparece em seu estabelecimento uma jovem de 12 anos para buscar o pedido de sua patroa, que visava matar o esposo. Essa jovem é Eliza, e aos poucos, a menina começa a se interessar por esse mundo dos venenos e curas que a natureza pode proporcionar. E dessa curiosidade surge uma conexão e amizade entre as duas.

Londres - dias atuais:

Caroline estava ansiosa para a sua tão esperada viagem de 10 anos de casamento, contudo, ela decide viajar até Londres sozinha após descobrir um segredo de seu marido. 

Ela resolve usar este tempo, numa cidade desconhecida, para refletir sobre sua relação com o esposo e sobre o quanto esse relacionamento a fez desistir de seus sonhos e esquecer de sua essência. Apesar de ainda manter o sonho de ser mãe, Caroline abandonou tudo o que amava, como a História, por exemplo, para atingir uma estabilidade que só chegou para seu marido, que dificilmente a apoiava em suas decisões.

Durante o primeiro dia na cidade, Caroline resolve deixar o roteiro que planejou para fazer com o marido de lado, e resolve explorar locais diferentes. Antes de iniciar sua nova aventura, ela esbarra em um guia, Alf Solteiro, que a convida para uma Caça a Relíquias no Rio Tâmisa com mais alguns turistas. De início, Caroline acha que essa é uma péssima ideia de passeio, porém, sua paixão por história e aventura despertam novamente e ela resolve acompanhar o grupo na atividade.

A Caça a Relíquias tem por objetivo encontrar objetos antigos e diferentes que foram jogados ou esquecidos no rio. A princípio, Caroline não vê graça na atividade e se frustra por não achar nada de interessante. Contudo, andando um pouco mais para frente do grupo, ela encontra entre pedras, um pequeno frasco azul com um brasão de um animal, que parece ser um urso, o que desperta sua curiosidade, afinal, não era comum encontrar esse tipo de objeto no rio. 

Após encontrar o frasco, Caroline resolve investigar sua origem e reviver sua época de faculdade, pois sempre se interessou pelas pessoas comuns, esquecidas por historiadores, mas que fizeram história em seu tempo. Por conta disso, Nella e Caroline se conectam, em diferentes épocas, ao longo das descobertas e desfechos.


Minha opinião:

O livro é muito bom. As histórias são contadas de maneira linear, cada qual do ponto de vista de uma das protagonistas, Nella, Eliza e Caroline. 

Apesar do livro transitar entre passado e presente, em nenhum momento a narrativa se torna confusa ou cansativa, pelo contrário. A medida que vamos lendo, a história se torna mais interessante e as protagonistas, mais envolventes. A cada fato acontecido em 1791, um fato é descoberto no presente e isso desperta a nossa curiosidade para saber o destino de Nella e Eliza e o que Caroline descobrirá sobre ambas.

É um livro que te prende do início ao fim, com uma ambientação muito bacana, pois quando você lê os capítulos do passado, você realmente se sente na Londres do século XVIII e quando a narrativa volta aos dias atuais, você consegue se realocar e entender como tudo se encaixa.

Eu recomendo demais, eu adorei o livro!

Curiosidades: Após o término da história, o livro tem outras 3 repartições super legais. A primeira é "A pequena loja de venenos de Nella Clavinger", um pouco das anotações de Caroline sobre a boticária; a segunda é uma Nota Histórica e a terceira são algumas receitas diferentes, relaxe, nenhuma delas é venenosa. Vale apena conferir!

Detalhes técnicos:
Autor(a): Sarah Penner
Ano de publicação: 2022
Tradução: Isabella Pacheco
Páginas: 318
Editora: Harper Collins


É isso gente, espero que tenham gostado, não envenenem as pessoas e até a próxima!

Olá pessoal, tudo bem? O post de hoje é sobre um livro de romance fora do comum, que traz assuntos importantes tratados de maneira realista,...

Amy & Matthew - Às vezes "eu te amo" é o mais difícil de dizer

Olá pessoal, tudo bem? O post de hoje é sobre um livro de romance fora do comum, que traz assuntos importantes tratados de maneira realista, sensível e muito carismática, "Amy & Matthew"!


A história:

Amy é uma jovem de 17 anos que apresenta uma doença que, desde pequena, impede sua fala e limita sua movimentação. Para auxiliá-la com as tarefas diárias, ela faz uso de um andador com rodinhas e um computador que fala tudo o que é escrito em sua tela, semelhante ao físico Stephen Hawking.

Durante toda sua vida acadêmica, ela sempre foi auxiliada por enfermeiros, que a ajudavam nas provas, a carregar materiais, a levavam para as respectivas salas, etc. Porém, para o seu último ano no ensino médio, Amy propõe à sua mãe, Nicole, uma dinâmica diferente: ao invés de ter enfermeiros ao seu redor, queria que seus colegas da escola fossem seus auxiliares.

A princípio, Nicole não põe fé na ideia por medo de como os colegas iriam tratá-la, mas por insistência da filha, resolve recrutar e avaliar alguns jovens que julga qualificados para exercer esse trabalho com Amy. Cada pessoa seria responsável por ajudá-la uma vez por semana.

Dentre os colegas escolhidos, temos Sanjay, Sarah e por muita insistência de Amy - que já observava o rapaz a algum tempo - Matthew. E é aí que nossa história começa.

Apesar da "boa vontade" dos colegas em ajudar Amy, parte de seus auxiliares não tinha interesse real em conhecer a garota, tanto pelas limitações de comunicação quanto pelas dificuldades que teriam que enfrentar. Porém Matthew foi quem tomou o ponta pé inicial e começou a desenvolver uma amizade com Amy, mas não àquelas superficiais, uma amizade real, onde ele a ajudava com todas as suas questões físicas e ela propunha desafios para que Matthew conseguisse superar seu TOC.

Com o tempo, a relação de Amy com os outros colegas foi ficando mais próxima, contudo, nenhuma delas se comparava com a de Matthew, e por conta disso, ambos começaram a ficar cada vez mais íntimos e desenvolveram sentimentos um pelo outro dos quais não haviam sentido antes. 

Esses sentimentos entram em conflito quando as perspectivas de vida do "casal" para o futuro se tornam diferentes e determinadas decisões são tomadas.

Personagens:

Amy: Uma jovem de 17 anos inteligente, esperta, observadora e atenciosa. Infelizmente, fora desprezada por muitas pessoas ao longo de sua vida por conta de sua doença, mas sempre teve garra e coragem para continuar e encarar novos desafios.

Matthew: Também com 17 anos e com TOC, sempre bate nos armários e tem compulsão em lavar as mãos, é um garoto reservado na escola. Vive junto com a mãe que enfrenta problemas com a bebida, mas tenta, à sua maneira ajudar o filho com e suas questões. Quando começa a auxiliar Amy, percebe o quão necessário é mudar e enfrentar a vida.

Sarah e Sanjay: Ambos são colegas de turma de Amy e Matthew. No começo, não estavam 100% felizes em ajudar a garota com suas necessidades especiais, mas o tempo foi passando e eles desenvolveram uma amizade bacana.

Nicole: Mãe de Amy. É compreensível que ela tenha preocupação com a filha por conta da deficiência, porém é extremamente protetora e, por vezes, controladora, o que incomoda Amy e a prende sempre na condição de "coitada".



Minha opinião:

Esse livro é lindo. Eu gostei demais, principalmente a maneira como ele aborda, de modo realista e sensível a doença de Amy, como ela é forte e tenta ser independente, porque entende que nem sempre terá alguém para ajudá-la.

Também fala sobre o processo de amadurecimento de ambos os protagonistas, pois Amy não quer que tenham pena dela e sim gostem dela pelo que é, apesar de todas as dificuldades. Matthew também cresce nesse sentido, pois não tinha nenhuma visão de futuro e ao auxiliar sua colega, começa a repensar sua vida e tomar atitudes diferentes.

Outro ponto que o livro trata é sobre a dificuldade de uma pessoa com deficiência ser inserida e acolhida na sociedade de maneira natural. Podemos ler diversas situações em que Amy se sente sozinha  e que tudo sempre "é muito complicado/perigoso para ela". Nos faz refletir sobre a super proteção da mãe e sobre como isso também foi um fator para afastar Amy do resto do mundo.

É um livro incrível, emocionante, te prende, tem personagens apaixonantes e um conta com um enredo emocionante. Eu amei reler essa história e super recomendo.

Detalhes técnicos:
Autor (a): Cammie McGovern
Ano de publicação: 2014
Tradução: Raquel Zampil
Páginas: 332
Editora: Galera


É isso gente, espero que tenham gostado e até a próxima!

Olá pessoal! O post de hoje é sobre um filme da Netflix baseado no caso criminal real do enfermeiro Charles Cullen, "O enfermeiro da no...

O enfermeiro da noite - Um crime silencioso

Olá pessoal! O post de hoje é sobre um filme da Netflix baseado no caso criminal real do enfermeiro Charles Cullen, "O enfermeiro da noite".


A história:

Amy é uma enfermeira que trabalha no período da madrugada no hospital. Um dia, cuidando dos seus pacientes de rotina, ela começa a sentir fortes dores no peito. Na manhã seguinte, ela vai a um cardiologista e descobre que sua doença cardíaca está piorando e que ela, em breve, precisará realizar um transplante de órgão. Nisso, o médico também recomenda que ela pare de trabalhar, pois sua profissão exige esforço físico, o que pode agravar ainda mais seu problema no coração. Infelizmente, Amy não tem seguro saúde e precisa cumprir a carência de um ano para poder parar de trabalhar e cuidar de si (no momento em que o filme acontece, deste 1 ano, faltam apenas quatro meses).

Numa noite comum, o hospital recebe como novo funcionário um enfermeiro extremamente competente, recomendado, que trabalhará junto com Amy no plantão da madrugada, Charles.

De início, Charles se mostra um rapaz prestativo, disposto a ajudar Amy a enfrentar sua doença cardíaca e cumprir a carência restante. Pois além do hospital, a enfermeira deve se preocupar com suas duas filhas, e seu novo colega se dispõe a ajudá-la nesta parte da vida também.

Contudo, pouco tempo depois do início de Charles no hospital, pacientes que estavam se recuperando começam a falecer de maneira misteriosa. O hospital resolve convocar uma equipe policial para investigar o caso de uma senhora que teve uma reação alérgica a determinado medicamento e na reta final de sua internação, teve uma piora repentina e veio a falecer.

No sistema de saúde americano, os hospitais não estão ligados ao governo e por conta deste fator, os diretores do local fornecem pouquíssimas informações do caso aos investigadores. Mas nem tudo está perdido. Os policiais pedem para falar com a equipe de enfermagem que era responsável pela idosa, nisso Amy relê a ficha da falecida e comenta com os policiais que, por acidente, havia insulina em seu soro e que, por não ser uma pessoa diabética, ela não poderia receber o medicamento.

O mesmo episódio da insulina acontece novamente, agora com uma moça jovem. Nisso, Amy começa a desconfiar de Charles e resolve conversar com uma amiga que trabalhou com o mesmo, para perguntar sobre possíveis incidentes com o medicamento na época em que ele trabalhava neste outro hospital. Para a tristeza de Amy, sua antiga colega confirma que, quando Charles trabalhava lá, haviam mortes diárias e quando ele foi desligado, o índice era mínimo.

Após coletar essa informação, Amy decide agir junto com a equipe de polícia para saber o que realmente está acontecendo com os pacientes e como Charles pode estar envolvido nas mortes.


Minha opinião:

O filme é um suspense criminal super bacana. Apesar de ter um ritmo um pouco mais lento, ele te prende muito, pois você começa a ver a negligência do hospital, a impunidade, a insistência dos policiais em desvendar o caso e a força de vontade da protagonista de resolver o caso e salvar seus pacientes. É possível ver a paixão que Amy tem pela profissão, pois acompanhamos os desdobramentos da sua relação com Charles, com as filhas e com a doença.

Eu particularmente não conhecia o caso e apenas ler a sinopse na plataforma vermelhinha bastou para que o filme chamasse a minha atenção.

Eu gostei muito do filme, da narrativa, que é muito linear e muito bem construída. O filme é um show a parte, pois o ambiente hospitalar, apesar de calmo durante a madrugada, passa o sentimento de urgência de que "algo está errado".

Os atores estão impecáveis. Jessica Chastain brilhou no papel de Amy, se entregou completamente a profissão de sua personagem, com o carinho pelos pacientes e a maturidade em querer desvendar o caso pois, durante a trama, Charles se torna um elo importante para que ela enfrentae a doença e os problemas em casa de cabeça erguida, acreditando em si mesma.

O que dizer sobre Eddie Redmayne? Um ator excelente e versátil, com um currículo e talento invejáveis. Ele interpretou um Charles frio, calculista e bonzinho até demais, com uma história de vida triste, o que o tornava uma pessoa estranha, mas não a princípio. 

Apenas lembrando que, caso você seja sensível com questões de morte e ambiente hospitalar, não é tão interessante assistir ao filme, caso não, vale super a pena, eu adorei e recomendo.

Detalhes técnicos:
Título: O enfermeiro da noite (The good nurse)
Ano de lançamento: 2022
Direção: Tobias Lindholm
Duração: 123 minutos
Gênero: Drama, policial, suspense
Classificação indicativa: 14 anos


É isso gente, espero que tenham gostado e até a próxima!

     Olá Iniciantes, como vão? Esperamos que estejam bem! Este é meu primeiro post  de 2023, portanto desejo aos leitores um próspero ano no...

Fahrenheit 451: Queimaduras de quarto grau

    Olá Iniciantes, como vão? Esperamos que estejam bem! Este é meu primeiro post de 2023, portanto desejo aos leitores um próspero ano novo, cheio de leituras, séries, filmes, quadrinhos e demais hobbies prazerosos. E não há melhor modo de fazer isso do que começar o ano com uma recomendação de leitura: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. 

Edição analisada: Edição padrão de Fahrenheit 451

Autor: Ray Bradbury; tradução de Cid Knipel;

Ano de lançamento: 2003;

Páginas: 215;

Para comprar e ter mais informações sobre o livro, acesse o site da editora aqui.



[Anotação básica: " ºF "= Fahrenheit, medida de temperatura adotada em diversos lugares do mundo, especialmente naqueles anglófonos, possui um cálculo diferente do nosso modelo " ºC " = Celsius; para se calcular a relação entre ºF e ºC é preciso seguir uma fórmula: °C = (°F − 32) ÷ 1, 8. Por exemplo, ºC = (451-32)/1,8 = 233ºC.]

Autor incendiário:

    Difícil falar da história da ficção científica sem colocar Bradbury no alto escalão dos escritos deste subgênero que viveram e produziram suas obras ao longo do século XX. Aqui, em terras brasileiras, talvez Fahrenheit não seja tão (re)conhecido quanto deveria, contudo, nos países anglófonos (isto é, falantes da língua inglesa) ele é um autor popular e extremamente prestigiado, o que é expresso pelos seus prêmios: Benjamin Franklin Award (em 1951), World Fantasy Award for Lifetime Achievement (em 1977), Grand Master Nebula Award (1988), a Medalha Nacional das Artes (2004) e o prêmio Pulitzer (2007). Todas estas e outras premiações podem ser vistas aqui. Tantas premiações só podem partir de um ponto: a carreira literária de Bradbury. Sua produção inclui muitas obras de sucesso como: a coletânea "Crônicas Marcianas", "O homem ilustrado", "Fahrenheit 451" etc., além de sua contribuição para o cinema, onde roteirizou a famosa adaptação de Moby Dick (1956) - tal roteiro lhe garantiu um Oscar. A sua principal casa editorial aqui no Brasil é a Biblioteca Azul, da Globo Livros. Diante disto, fica claro que não estamos falando de um autor de "uma só obra de sucesso", ao contrário, Ray conseguiu viver para os livros e dos livros até 2012, ano em que faleceu - mesmo depois de seu AVC, ocorrido na década de 2000. 

Foto de Ray Bradbury, um dos maiores escritores de ficção científica do século XX.


O livro das chamas:

    Mas, se estamos diante de um autor tão prolífero, por que Fahrenheit é o seu livro mais famoso, ao ponto de adaptações célebres, como o filme do grande diretor François Truffaut (em 1966)? Poderíamos dizer que é a capacidade de usar metáforas e analogias com uma precisão que nos prende, ou ainda, que o ritmo, o cenário distópico, as personagens, a velocidade com que se desdobram os eventos é tão rápida que não conseguimos pensar em nada além do que está por vir à cada parágrafo. 

Cartaz do filme de Fahrenheit, dirigido por François Truffaut (1966)


    No entanto, creio que nem isso seria o bastante para falar da grandiosidade da obra. Acredito mesmo que nem tudo possui uma perfeição, que o núcleo de personagens realmente desenvolvidos é pequeno, diria (o que já foi dito após a publicação do livro, e que o próprio Bradbury respondeu)* que houve sub-representação das personagens femininas, que não vemos pluralidade no romance. Todavia, a força, a vitalidade de Fahrenheit é seu enredo: a civilização americana decidiu, por si mesma, parar de consumir livros, reduzindo cada vez mais o hábito da leitura ao ponto de se tornar uma prática criminalizada, e os livros são alvo de censura. Os responsáveis pela censura são os bombeiros, que, longe de apagarem o fogo, eles produzem as queimas. O protagonista de nosso romance é um destes bombeiros, Guy Montag. Aliás, é por isso mesmo que o título do livro é este: 451ºF é a temperatura em que o papel começa a incinerar (equivalente aos 233ºC, conforme dito acima).

    Guy sempre viveu seus dias assim: atônito por queimar todas as palavras, incendiar Shakespeare, Jane Austen, Homero, se alegrava com as cinzas das obras de Kafka, Platão, Aristóteles, Sêneca, Marco Aurélio, Dom Quixote, Dante Alighieri, e mesmo a Bíblia. Afinal, os livros não devem ser vistos como bons, sequer objetos de crítica, pois para criticá-los seria preciso lê-los, e ler é perigoso. Não pelo processo em si, mas a ideia de viver uma ficção, de se prender numa realidade que não a nossa, a televisionada, aquela das telas (Pobre Bradbury, sequer conheceu a força dos smartphones!); em suma, viver uma fantasia é viver o irreal, ou seja, viver uma loucura. E mesmo os livros de não-ficção possuem seu grau de insanidade, quando ideias colocadas lado a lado entram em choque, conflitam, despertam a angústia e não a síntese esclarecedora; então, por que insistir nos livros, não?


Capa da primeira edição de Fahrenheit, da Ballantine Books (1953).


     Essas posições "anti-livros" encontram sua força em duas figuras: Mildred (esposa de Guy) e Beatty (líder da unidade dos bombeiros de Guy, logo, seu supervisor). Mildred é uma figura distante - de Guy e do mundo; está sempre preocupada em manter suas "conexões" com os personagens da família (da novela 3D que ocupa toda a sala de estar de sua casa). Já Beatty representa o cinismo e hipocrisia dos censuradores: se por um lado Beatty é extremamente fiel à hierarquia e aos procedimentos governamentais aos quais os bombeiros estão sujeitos, por outro, ele recita frases e passagens de alguns dos maiores escritores da literatura: Walt Whitman, Joyce, Shakespeare, Henry Thoreau (autor já resenhado pelo seu Desobediência Civil) etc. Como poderia? Onde e como este conhecimento é adquirido por Beatty? Ao longo da narrativa este ponto se desenvolve e leva à uma conclusão surpreendente. Mais personagens se somam ao enredo, alguns logo nos primeiros momentos, outros na metade do romance, mas não desejo falar muito sobre, pois o objetivo aqui é estimular os leitores deste post a conhecer o universo que Bradbury quis mostrar ao mundo - e este convite se faz mais necessário.

O título do post:

    Explicar o título do post na sua conclusão é uma novidade para todos nós: o que seria uma queimadura de quarto grau? Ora, é a queimadura da alma. Acredito que falar sobre este tipo profundo de queimadura seja o desejo do autor do Fahrenheit: os 451ºF não representam somente a incineração do papel, mas também a queimadura mais profunda que podemos chegar: a perda de nossa cultura, nossa liberdade de pensar, de criticar, de indagar e de explorar um outro mundo (ainda que somente pela ficção). Nós, humanos, brasileiros ou não, temos vivido uma realidade unidimensional, ou seja, que só possui uma dimensão, um só prisma: o real é o que nos salta os olhos. Se enxergamos as coisas por um só prisma, não há espaço para pensar alternativas - em última instância, não conseguiremos conceber a vida senão deste modo. A obra de Bradbury denuncia a pequenez de querer viver nesta realidade, de não encontrar, na liberdade do reino ficcional, caminhos para instaurar a liberdade no plano material. As utopias de Thomas Moore e Tomás Campanella existem para buscarmos aquela realização ficcional não na ficção, mas no real, no mundo concreto, quando sequer pensamos assim, qual a solução? Estaríamos já carbonizados o bastante, em nossos espíritos, ao ponto de não conseguirmos sequer conceber uma outra realidade? Pensar um mundo menos violento, mais pacífico, livre e humanizado? 

Crítica final:

    Evidentemente, não posso deixar de recomendar uma leitura tão fundamental quanto esta que pude degustar. A escrita de Bradbury é um norte a se seguir: a sua capacidade de lidar com analogias e metáforas, um grau de descrição (de cenários e personagens) suficiente, isto é, sem exagerar nos detalhes, ao mesmo tempo que é possível conferir forma e corpo aos seres imaginados. O ponto fraco de sua obra, conforme dito acima*, é a falta de destaque em figuras femininas, como Mildred, e não porque ela não se envolveu na ação diretamente - a fraqueza da personagem está em não ser devidamente explorada: poderia mostrar mais do transe em que a mesma vive, ou até a origem deste transe, onde a chama do casal Guy e Mildred se perdeu. O próprio autor recebeu críticas de diversas partes por isso, perguntando se não seria o caso de apostar numa segunda edição do livro, ou um complemento num conto, ou peça. Nada disso ocorreu por parte dele, salvo pequenas diferenças em suas produções teatrais. Contudo, o que foi escrito assim permaneceu. Este tipo de testamento está presente nos extras da edição da Biblioteca Azul que adquiri. São muito interessantes, revelam um olhar sensível do autor após anos desde a primeira publicação do livro, portanto os considerei de grande valor e um acréscimo bacana à edição (que está ótima, tanto as capaz, diagramação, papel e tradução). 

    De qualquer modo, podemos dizer que este sim é um livro marcante: apesar do núcleo pequeno de personagens (quatro centrais, e um "bônus" que é inserido na trama logo no início), acredito que Fahrenheit seja coeso, reflexivo, belo, ágil, empolgante e, de certo modo, enxuto - lida com poucos personagens, poucas cenas de ação, poucos cenários, mas entrega todo este universo com muita qualidade. Portanto, sim, devemos dar uma chance a este livro que, longe de ser um fósforo, é um Sol, que nos aquece espiritualmente. 

Agradeço à você, que leu todo este post. Comente o que achou, dê sua opinião! Um forte abraço! Até mais!

Ho ho ho pessoal! Chegamos na época mais gostosa do ano, o Natal! E para celebrar essa data tão especial, nossa querida Netflix lançou mais ...

Uma quedinha de natal - Criando novas memórias

Ho ho ho pessoal! Chegamos na época mais gostosa do ano, o Natal! E para celebrar essa data tão especial, nossa querida Netflix lançou mais um filme natalino, e este recolocou nossa amada Lindsay Lohan nas telonas, "Uma quedinha de natal".


A história:

Sierra Belmont é a única filha de um magnata de hotéis e estações de esqui de luxo, e ela está  hospedada em um dos mais luxuosos quartos. Além disso, sua riqueza garante confortos e funcionários para fazerem tudo o que ela quiser.

Ted, o influenciador digital, namorado de Sierra também está no hotel. Um dia, ele decide preparar  uma surpresa para a sua amada, levando-a ao pico de uma montanha para pedi-la em casamento. O plano falha e o casal é separado: após um vento forte, Ted e Sierra caem da montanha em direções contrárias.

É neste momento que mundos diferentes se encontram. Jack é o dono da pequena pousada/estação de esqui Estrela do Norte, que apesar da tradição e aconchego, está perdendo espaço para os hotéis de luxo e Airbnbs. Durante um passeio de trenó com um casal de hóspedes, Jack encontra Sierra desacordada e resolve chamar a emergência.

Sierra acorda no hospital sem entender o que está acontecendo. O policial local pergunta seu nome, mas ela não se lembra quem é graças à pancada que levou na cabeça durante o acidente.

Em um ato de bondade, Jack se oferece para levá-la até sua estação de esqui com o intuito de passar alguns dias, até que ela se lembre quem realmente é. Lá, ela conhece Avy, filha do rapaz, e juntas decidem chamar Sierra de Sarah, para que a moça não fique sem nome e se junte à família.

Porém as coisas mudam de figura quando Jack e Sarah começam a se aproximar, ambos revivendo memórias e criando novas, todos juntos.


Atuações: 

Eu amei a volta da nossa talentosa Lindsay Lohan, ela está impecável no filme. Seus cabelos ruivos são sua marca registrada e combinou muito com a personagem quanto com a evolução da mesma.

Chord Overstreet foi encantador também. Interpretou Jack, um pai preocupado com o futuro do negócio e da família, um típico galã desses filmes, gostei bastante, porém acho que ele poderia ter sido mais aprofundado.

Olivia Perez deu vida a Avy, filha de Jack. Admirei o trabalho da atriz e creio que será muito promissora futuramente. Ela entregou tudo em seu papel.

Minha opinião:

Eu sei o que vocês devem estar pensando "mais um filme de clichê natalino", sim, é isso mesmo. Contudo, todo o clichê bem feito pode tocar nossos corações e foi o que "Uma quedinha de natal" fez comigo.

O filme é uma graça e fala sobre a mudança radical de vida que Sierra/Sarah teve de se adaptar em pouco tempo, já que não se encontrava mais em um local luxuoso e cheio de mordomias. Outro ponto é sobre criar novas memórias. Em muitos momentos a família de Jack relembra os natais no Estrela do Norte, seus hóspedes e histórias da estação de esqui. Também falam da importância de criarmos novas e aconchegantes memórias na companhia daqueles que amamos.

E como um bom filme de natal, ele fala sobre a magia da data, realização de desejos, bondade, esperança e todas as outras lições que essa época do ano carrega consigo.

Eu me encantei com o filme, é aquele tipo de história que nos deixa com o coração quentinho após assistir, super recomendo!

Detalhes técnicos:
Título: Uma quedinha de natal (Falling for Christmas)
Ano de lançamento: 2022
Direção: Janeen Damian
Duração: 95 minutos
Gênero: Comédia, romance 
Classificação indicativa: 12 anos


É isso gente, espero que tenham gostado, feliz natal e até a próxima!

Olá pessoal! O post de hoje é sobre um livro diferente, com bastante conteúdo e viagens pela história do feminino, "Mulheres, mitos e d...

Mulheres, mitos e deusas - O feminino através dos tempos

Olá pessoal! O post de hoje é sobre um livro diferente, com bastante conteúdo e viagens pela história do feminino, "Mulheres, mitos e deusas"!


As histórias:

O livro não conta apenas uma história, e sim várias, sobre diversas figuras femininas em diversas épocas,  visões e feitos.
Não é um livro bibliográfico, pois muitas dessas mulheres eram seres míticos ou Santas, por isso, falarei de cada repartição separadamente e citarei as mulheres que vocês lerão a respeito.

Repartição 1 - As origens:

Essa é a primeira parte do livro, e como o nome já diz, trata-se das primeiras mulheres que estiveram no mundo, presentes na origem do mesmo. Essas mulheres envolvem deusas e figuras religiosas. Descreve a importância dessas mulheres na história e na tragédia, como elas se tornaram influências que perduram até hoje.
E como se tratam de seres místicos, podem ser mulheres presentes na realidade ou protagonistas de lendas, rezas e histórias.
Esta primeira repartição é composta por 12 capítulos, ou seja, 12 mulheres e é a maior parte do livro, nela estão presentes: Nix, Lilith, Eva, Ísis, Hera, Alcmena, Deméter, Coré, Afrodite, As Górgonas, Éris e as Erínias, As Moiras.

Repartição 2 - Da tragédia à história

Essa parte transita muito entre mulheres místicas e mulheres reais. Aqui, ao contrário da primeira, existe um desprendimento das religiosidades e dos mitos, contendo agora rainhas e mulheres fortes, que governaram a si mesmas.
Mulheres reais, mesmo que ainda sujeitas aos seus maridos e/ou governantes, tinham visões modernas e revolucionárias. Nessas histórias encontramos mulheres que viveram na  Pérsia, Macedônia, Ásia, Egito, Grécia, Babilônia, Roma e regiões próximas, que eram movimentadas e habitadas pelos povos antigos. 
Neste trecho do livro surgem as primeiras ideias de cidades governadas por mulheres e como essas decisões afetaram os movimentos feministas hoje em dia.
Estão presentes: Circe, Medeia, Antígona, Cassandra, Safo, Olímpia, Estatira, Sisigambis, Cleópatra, Hipátia de Alexandria.

Repartição 3 - O amor

Nessa terceira repartição, encontramos histórias de mulheres que sabiam amar, eram apaixonadas e também eram apaixonantes. O amor presente nas narrações é o famoso amor romântico e envolviam amores proibidos e pecados.
Os pensamentos dessas mulheres icônicas eram uma mistura de razão e emoção, pois havia a dor da perda, ausências de seus companheiros e desilusões.
Além disso, por serem de uma época ainda distante da nossa, a vida destas mulheres eram pré-determinadas. Nisso, quando se rebelavam, eram vilanizadas ou consideradas emocionais demais. Poderiam ser apenas passivas ou culpadas. Mas por mais que se submetessem a determinadas situações, eram poderosas e ao mesmo irracionais.
Estão presentes: Dalila, Sherazade, Isolda, Heloísa, Margarida.

Repartição 4 - As fadas

Nessa parte, são citadas as principais diferenças entre as fadas e as bruxas dos famosos contos: as fadas são consideradas seres mágicos, seres de luz. Sempre belas, são as guias do protagonista de uma jornada, afim de ajudá-lo de alguma forma. Já as bruxas são vistas como velhas, feias e repletas de sentimentos de vingança e rancor. Normalmente são comparadas à mulheres que se rebelam contra o sistema atual, pois são vistas como rebeldes.
As fadas são vistas como boas, gentis e servas de algo considerado maior, como objetivo ou uma missão. São criaturas entre o real e místico, encantamento e tédio e perduram por gerações através de histórias, onde podem ser as salvadoras do protagonista ou cúmplices de um vilão. 
Neste caso, tudo transita entre o imaginável e histórias infantis, mas em uma análise mais aprofundada, as "fadas" são as mulheres caladas que obedecem e as "bruxas" são aquelas que não aceitam e levantam sua voz.
Estão presentes: Fadas e bruxas, Merlin e a Dama do Lago, A Dama de Shalott, Cinderela.

Repartição 5 - Rainhas

Essa parte já trás consigo um pouco mais da atualidade e consequentemente, da realidade. Conta sobre três rainhas que foram importantes para a história do mundo, como eram vistas por si mesmas, como eram vistas pelo povo que governavam e quais foram seus principais feitos.
Uma observação sobre esta parte é que o capitulo da Rainha Elizabeth I é o único, no livro todo, que é narrado em 1ª pessoa.
Estão presentes: Catarina de Medici, Elizabeth I em sua agonia, Cristina da Suécia.

Repartição 6 - Caminho de Deus

Essa é uma parte que se estende pela religião e fé dos povos onde essas antigas santas eram e são até hoje veneradas.
É iniciado citando antigas deusas e sacerdotisas que eram louvadas, muitas delas já haviam sido citadas na parte "As origens", e infelizmente foram substituídas e quase esquecidas. Isso porque, há o surgimento da imagem de uma santa, que é vista como pura e virgem, livre de pecados e de sentimentos ruins.
Antes, com as deusas gregas por exemplo, viam-se tragédias, guerreiras, amores, ciúmes e com "Marias" não se vê nada além da mãe de Deus e o início do monoteísmo, que perdura até hoje.
Fé, perdão, acolhimento, graças, amor, mães, luz na escuridão e operação de milagres são algumas características e feitos das santas citadas. O amor delas pelo povo que as venera é imenso ao ponto de serem donas dos corações daqueles nativos.
Estão presentes: Malinche, Virgem Maria, Nossa Senhora das Mercês, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa senhora dos Remédios, Santa Maria de Izamal, Nossa Senhora de São João, Nossa Senhora de Zappopan, Nossa Senhora da Saúde, Teresa de Jesus, Sóror Juana Inés de la Cruz.

Repartição 7 - Nosso tempo

Por fim, aterrissamos na atualidade com ícones feministas que lutaram pela reinvindicação dos direitos da mulher e pela liberdade de publicarem suas obras literárias e artísticas.
Há a exploração das liberdades intelectuais e físicas de cada uma delas, sem tabus ou padrões.
Eram mulheres rebeldes, que não aceitavam a condição das quais eram postas e expostas na sociedade e na época em que viveram, eram revolucionárias.
Lutaram pela ruptura dos papéis sociais pré determinados, queriam ser o oposto do padrão esperado e não aceitavam o controle alheio.
Tornaram-se símbolos da luta contra o machismo e patriarcado de suas épocas, o que as eternizou.
Os capítulos tratam sobre suas conquistas na vida e como suas ações influenciaram quem nós somos e o que pensamos nos dias de hoje sobre lutas feministas e liberdade.
Estão presentes: Virginia Woolf, Djuna Barnes, Isadora Duncan, María Izquierdo, Simone de Beauvoir, Marguerite Youcenar, María Zambrano.

Um pouco sobre o livro e minha opinião:

Como visto por vocês, aparecem diversas figuras de origem latina. O motivo é que a autora é mexicana e ao escrever este livro, quis trazer ícones de suas terras para ilustrar que mulheres, mitos e deusas existem em todo lugar.

A princípio o livro foi escrito em 1996, época emblemática na luta pelos direitos das mulheres. Tem uma visão mais densa do que as bibliografias podem trazer de maneira mais curta, o que nos faz explorar caminhos dos quais não costumamos ver (ou ler).

Outro ponto interessante do livro é que antes do início das repartições, alguns textos estão presentes na edição, como a nota à edição brasileira, o prólogo e a "Diotima e o amor". Pude observar também que o livro tem um ar bem filosófico, citando autores e explorando um pouco mais da mente das protagonistas e de suas convivências.

Agora sobre o que eu achei do livro: vou ser sincera, é um bom livro, mas não é o meu tipo de leitura. 
Eu sou do tipo que lê histórias com capítulos alinhados, personagens criados da mente de um autor e um enredo envolvente, e nesse não pude encontrar essas características.

Confesso que me iludi um pouco ao ler sua descrição, pois achei que eram mini biografias, como as do livro "Lute como uma garota - 60 feministas que mudaram o mundo", obra da qual eu gostei bastante.
Este contém uma leitura mais densa, e exige muita concentração, pois não são histórias que te prendem necessariamente. 

A repartição que mais gostei foi "As origens", que conta de maneira resumida mas bem redondinha sobre cada divindade mitológica citada, sobre os sentimentos que cultivavam, as intrigas, seus destinos e como cada uma dessas histórias perdurou até hoje. Porém, em alguns capítulos, principalmente os da repartição '"Caminho de Deus", eram citados mais os devotos que as próprias santas, nos outros, mais as pessoas que fizeram parte da vida daquela mulher do que ela própria, o que me deixou com um gosto de "faltou algo". Apesar dos pesares, para quem é fã de filosofia e questões mais intrínsecas, vai gostar bastante, é bem interessante.

Detalhes técnicos:
Autor (a): Martha Robles
Ano de publicação: 2019 (2ª edição)
Tradução: William Lagos e Débora Dutra Vieira
Páginas: 447
Editora: Goya


É isso gente, espero que tenham gostado e até a próxima!


       Saudações Iniciantes, hoje vamos resenhar um dos livros mais importantes dos últimos dois séculos: "A desobediência civil" ...

A desobediência civil - A recusa popular

     Saudações Iniciantes, hoje vamos resenhar um dos livros mais importantes dos últimos dois séculos: "A desobediência civil" de Henry Thoreau. Por ser um livro de não-ficção, o conteúdo é denso e exigirá comentários mais densos, então nos acompanhem e comentem no post para ampliar a nossa discussão, ok? 

Ficha técnica:

Autor: Henry David Thoreau (1817 - 1862)

Título: A desobediência civil.

Editora: Antofágica; 224p.; formato de capa dura; dimensões: 18 x 12 x 2cm.

Tradução: André Czanorbai.

Artes de: Mateus Acioli.


Fonte: Todas as imagens usadas aqui foram reproduzidas a partir do site da Editora Antofágica


A obra e sua história:

    Entre 1846 e 1849 a primeira e segunda edição de A desobediência civil eram publicadas. O livro marca um acontecimento na história da literatura ensaística e política do século XIX, e tamanho impacto nasce de um acontecimento de pouco valor: US$1,50 - foi esta a quantia que prendeu o filósofo Henry Thoreau. 

    A situação é, na verdade, tragicômica: o pensador, que vivia na vila de Concord, em Massachusetts (um dos estados da federação dos EUA, localizado na parte norte do país), ao sair de casa para buscar um sapato no sapateiro, se encontra com um coletor de impostos que exige dele U$1,50 para serem pagos ao estado; o escritor se recusa a atender ao pedido e, por isso, é preso. Ainda que tenha ficado um dia no presídio, Thoreau teve sua vida impactada completamente pelo episódio ao ponto de redigir este texto clássico sobre a desobediência civil. 

    A recusa de pagar o imposto, na verdade, já vinha de tempos: seis anos antes do acontecimento, em razão de sua relutância de viver em sociedade, morando numa casa construída próximo à natureza (tal experiência é citada no livro Walden). O motivo? Protesto! Henry Thoreau não queria ajudar a custear as maiores injustiças que os EUA alimentava: a guerra contra o México (1846 - 1848) e o escravagismo no país. Por considerar as práticas injustas e antiéticas, Thoreau decidiu não contribuir com seus impostos para alimentar estas barbaridades, e assim o autor foi considerado como o pai da desobediência civil. 

    São estes assuntos que perpassam a obra: o abolicionismo (que só viria a ocorrer em 1865 no país), a condenação da guerra, o conflito entre a autonomia dos humanos e o poder do Estado, as injustiças que as leis podem alimentar etc. Mas o que poderia soar como assuntos sérios e enfadonhos, são tratados aqui com a mais profunda poesia. Fato é que o autor é um ensaísta de primeira: o livro mescla múltiplos tópicos, ora mais éticos, como a virtude daqueles que contrariam a escravidão, ora políticos, onde se questiona os limites do moderno sistema democrático, e mesmo assim estamos diante de uma obra sensível, ampliando o humanismo que se faz presente em cada parágrafo do livro. O único ponto negativo é ver que a obra se estende demasiadamente, senti certo cansaço quando ultrapassei as 180 páginas.

A edição:

     Adquiri a versão da Antofágica como ebook para o Kindle, portanto não tive a chance de tocar e ler as páginas coloridas; contudo, o brilho do material é irradiado pelo seu próprio conteúdo. Conforme vemos no site da editora, percebemos que algumas páginas possuem diagramação diferentes, leitura na horizontal, e tudo isso é pensado, afinal, o grande objetivo aqui é desobedecer, ou seja, quebrar convenções - a inventividade nasce da recusa, da negação do que é dado como natural, inalterável, em suma, a suspensão da ordem, da lógica que nos amarra. A alienação da obediência alimenta guerras e injustiças, este é um dos grandes ensinamentos de Thoreau e a Antofágica, acertadamente, incorpora estes valores no próprio livro. Ainda na edição contamos com a presença de bons ensaios e textos complementares (que são marca registrada da editora) que visam dilatar nossas pálpebras para enxergamos além do próprio texto: reflexões que associam Thoreau com o movimento anarquista, Gandhi e Martin Luther King Jr., as formas de transgredir a lei em nome de uma convicção política, bem como a aproximação entre o ensaísta e a cultura política brasileira. Além disso, as ilustrações de Mateus Acioli acrescentam à edição como verdadeiras intervenções artísticas.


A desobediência civil é um caminho?:

    Nos textos finais à edição, citados acima, há um ótimo debate sobre os limites e méritos da prática da desobediência civil: ela deve ser sempre pacifista, como aquela praticada por Gandhi e Luther King? Ou, a ideia de "civil" não refere-se à "civilidade", mas sim ao conteúdo "popular" das reivindicações? Quando Thoreau rejeitou o pagamento dos impostos ele estava ciente que colocava a si e suas propriedades em risco, se expondo às mazelas da prisão e confisco governamental de suas posses, mas ele insistiu na direção que sua consciência ética o impunha. O protesto particular, tinha a grandeza estatal: seu país ainda contava com os sulistas escravocratas e que desejavam expandir os limites territoriais da nação subjugando outra (o México). As leis, afinal, alimentavam não a liberdade e moral de um povo, e sim sua obediência cega e injustiças contra aqueles que foram considerados sub-humanos. 


    Thoreau não pegou em armas, não criou levantes populares, porém aceitou sua prisão, saiu de lá no dia seguinte, e ainda lamentava por alguém ter feito por ele aquilo que ele combatia: ao pagarem pelo imposto (poll tax), a liberdade de Thoreau foi recuperada. Ao sair da prisão, suponho que o filósofo tenha questionado: que tipo de liberdade é esta, afinal? Considero este um processo muito simbólico: Thoreau sai de cena, mas outro cidadão cumpre o seu papel. A força da desobediência civil parece ser sua fraqueza: ao mesmo passo que a desobediência é um protesto legítimo porque tensiona as democracias, fortalece a pluralidade de visões de mundo e expande a imaginação política, ela mesma encontra seu fracasso quando a adesão não é total (aliás, quando será em termos de assuntos humanos, não?). Lamentavelmente, não foi o protesto singular do filósofo que encerrou a escravidão, mas sim uma verdadeira guerra civil; por outro lado, outras experiências, como as de Luther King Jr. e Gandhi são bem sucedidas, então, quem possui a verdade?

    Independente de termos ou não a resposta, a leitura da Desobediência Civil se mostra necessária. Precisamos, hoje mais do que nunca, de uma criatividade honesta no simples ato de recusar a ordem natural das coisas - como bem pontuado por Juliana Borges (p.198): "Para Thoreau, não havia utilidade na disseminação de um discurso sem que esse espelhasse, ou ao menos, fosse seguido por uma ação. Ou seja, o exercício da crítica reside na prática."

Encerramos o post por aqui, agradeço imensamente à você, leitor(a) que nos acompanhou, e o convite segue aberto: comente e interaja conosco para ampliarmos esta discussão saudável e pertinente. Tenham um ótimo dia e até mais!

Olá pessoal! O post de hoje é sobre uma história que envolve um grupo de amigos, um local isolado, uma festa de ano novo, um assassinato e u...

A última festa - Todos foram convidados. Todos são suspeitos

Olá pessoal! O post de hoje é sobre uma história que envolve um grupo de amigos, um local isolado, uma festa de ano novo, um assassinato e um assassino, estou falando do livro "A última festa"!


Os capítulos:

Antes de discorrer sobre a história, explicarei como funcionam os capítulos. Os mesmos estão distintos entre presente (02/01/019) e passado (do dia 30 de dezembro de 2018 à 01 de janeiro de 2019). Os capítulos do passado são narrados em flashbacks, variando entre lembranças antigas das personagens e os dias antes do acontecido.

As mulheres são as principais narradoras: Heather (gerente do local), Miranda, Katie e Emma; todos os capítulos narrados por elas estão em 1ª pessoa. O único homem que narra alguns capítulos é Doug, o guarda-caça da hospedagem, e os capítulos dele estão em 3ª pessoa.

A história:

Vamos começar com o presente. Um corpo é encontrado por Doug, até o momento o (a) hóspede se dava como desaparecido, porém agora é dado como morto (a). Heather sabe que não houve saída ou entrada de pessoas estranhas, nem de caçadores de veado clandestinos, foi um acidente? Doug revela que não foi por acaso, a pessoa foi assassinada.

Eles estão isolados, no meio de um "hotel" na Escócia, onde não há nada de civilização por perto e a neve impede que o resgate chegue ao local. O grupo de amigos aguarda uma resposta.

O passado do grupo é composto por Katie e Miranda, amigas de infância. Ao ingressarem na faculdade de Oxford conheceram Julien, Mark, Giles, Nick, Bo e Samira. Por fim, Emma foi incluída ao grupo após se casar com Mark.

Emma planejou toda a festa de ano novo. Reservou um lugar exótico para que ela, seu esposo Mark e seus amigos Katie, Miranda, Julien, Bo, Nick, Giles e Samira passem mais este ano novo juntos. 
As coisas começam na viagem de Londres até o isolado local na Escócia, pequenas desavenças e problemas acontecem dentro do trem que os levará ao local, lugares trocados, horário cedo demais, mas nada que atrapalhe o clima de comemoração e não seja resolvido com uma boa conversa.

Ao chegarem ao local, os amigos constatam o quão isolados estão, a não ser pelos funcionários do "hotel" e um outro esquisito casal de hóspedes.

Ao longo dos dias antes do ano novo, todos querem comemorar, se divertir, deixar de se importar com os problemas, porém é durante essas confraternizações, jogos, bebedeiras e até caçadas, que cada personagem começa a revelar seus segredos do passado, angústias, rancores e verdades. É a partir dos flashbacks que começamos a entender que o fio que une todos esses antigos amigos não é tão forte quanto parece e nem todos tem a mesma intenção naquele lugar. Além disso, os amigos começam a perceber que as aparências podem sim enganar até uns aos outros, gerando conflitos, problemas e raiva.

A mistura de diversos sentimentos com bebida e uma dose de comprimidos suspeitos, fazem com que eles se distanciem e não entendam porque todo ano comemoram essa data juntos, sendo que ao longo do ano eles se afastaram por diversos motivos, atuais ou antigos.


As personagens:

Heather e Doug: ambos tem passados dos quais desejam fugir, seja porque aquilo os machucou, seja por atitudes impensadas que os prejudicaram;

Katie: advogada bem-sucedida e independente, Katie dedica a sua vida ao trabalho, não sendo mais a sombra de Miranda . Ela é mais tímida e reservada, mas isso não a impede de ser observadora. Os casos do escritório a consomem, o que a fez se afastar do círculo de amizades e focar apenas em si mesma;

Miranda: a mais bonita do grupo. Sempre linda, bem vestida, radiante. Adora um projeto (garotas sem graça nas quais poderiam ser "transformadas" em algo melhor, mas jamais melhor que ela), ambiciosa mas dependente do marido. Se vê como "a alma das festas", sempre superior, às vezes luta pelos amigos, às vezes contra eles;

Julien: o cara perfeito, não é alto mas é esbelto, rico, esposo de Miranda. Sempre quer passar uma boa impressão, pensa no que os outros vão pensar dele e coloca as aparências acima de tudo;

Emma: doce e delicada. Sempre preocupada se os outros irão gostar do que ela está fazendo ou do que planejou. Quer se enturmar cada vez mais, já que foi a última a fazer parte do grupo. É sorridente, carismática e quer e sentir parte de algum lugar.

Mark: um rapaz simpático, bem-sucedido, animado. Tem problemas com o passado e isso o torna explosivo em determinados momentos, o que pode causar problemas.

Samira e Giles: pais de primeira viagem de Priya, a levam para a comemoração de ano novo, mas por serem pais agora, seu mundo e suas escolhas estão mais voltadas para a filha do que para diversão.

Nick e Bo: namorados. Bo teve problemas com drogas e foi Nick quem o ajudou. Eles são próximos de Katie mas tem desavenças com Miranda.

Minha opinião:

Que livro leitores, que livro! Eu AMEI! A escritora tem uma premissa parecida com os romances de Agatha Cristie, porém, ao contrário de Agatha, ela não dá todas as informações logo de cara, então de primeiro momento não sabemos nem o gênero da personagem que morreu.

O livro te prende do início ao fim, pois ao longo dele é que os segredos e confissões são revelados, mas não tudo de uma vez, é aos poucos, te fazendo querer ler mais para descobrir mais para tentar chegar a uma solução.

As personagens te cativam, positiva e negativamente, fazendo com que hajam diversos suspeitos para o crime que ocorrera. 

Os capítulos e flashbacks são muito bem organizados, não deixando o leitor confuso em relação aos relatos do passado e do presente, nos prendendo a cada detalhe, cada intriga, cada verdade.

Eu recomendo demais esse livro. Um suspense bem construído, revelando suas garras aos poucos, nos mantendo atentos e curiosos. Vale muito a pena a leitura!

Detalhes técnicos:
Autor (a): Lucy Foley
Ano de publicação: 2019
Tradução: Marina Vargas
Páginas: 302
Editora: Intrínseca 


É isso gente, espero que tenham gostado e até a próxima!







Olá pessoal, tudo bem? O post de hoje é sobre um filme que chamou a atenção do público e os levou para sala dos cinemas, o suspense "O ...

O telefone preto - Você vai atender essa ligação?

Olá pessoal, tudo bem? O post de hoje é sobre um filme que chamou a atenção do público e os levou para sala dos cinemas, o suspense "O telefone preto"!


A história:

O filme se passa na década de 1970, onde uma cidade enfrenta uma aflição constante: diversos meninos são sequestrados por um psicopata mascarado e não são reencontrados.

Acompanhamos Finney, um garoto que joga beisebol e por ser mais fechado, sofre bullying na escola; e sua irmã Gwen. Ambos sabem desses sequestros, mas a jovem comenta com o irmão sobre os  desaparecimentos e seus sonhos - que se assemelham às "visões" de sua  falecida mãe. Tais coisas podem vir a acontecer ou são informações valiosas sobre diversas questões - que no momento incluem o sequestrador.

Gwen sempre visualiza uma van preta e balões da mesma cor no local onde os outros meninos foram levados.

Um dia, voltando sozinho da escola, Finney esbarra em um "mágico" e vê todas as coisas de mágica caídas no chão e oferece ajuda, no primeiro momento o homem nega a ajuda e pergunta ao garoto se ele quer ver um truque de mágica. Inocentemente, Finney aceita e é arrastado para dentro de uma van preta e levado pelo sequestrador.

Já no cativeiro, Finney acorda desesperado, percebendo que se tornou mais uma vítima do tão temido sequestrador mascarado. O homem, ao ver que o garoto está acordado, conversa com ele, avisando-o que não irá machucá-lo e explica que não adianta gritar, pois ele mesmo fez o isolamento acústico do local. 
Finney também pergunta ao homem para que serve aquele telefone preto na parede, ele responde que nunca funcionou, e que pode tocar uma vez ou outra apenas por conta da estática.


Passado algum tempo, o misterioso telefone começa à tocar. Apenas por curiosidade, Finney resolve atendê-lo e percebe que do outro lado da linha escuta a voz de um dos garotos sequestrados, Bruce. 
Com o tempo, Finney começa a receber ligações de outros garotos, além de Bruce, que também desapareceram, cada um deles dando dicas do que fizerem no local, para que Finney, ao contrário deles, escape do local com vida.

Enquanto isso no lado de fora do cativeiro, Gwen tenta visualizar em seus sonhos alguma pista de onde estaria seu irmão.

Minha opinião:

O filme é um clássico suspense de sequestro, que nos provoca um looping de emoções, pois traz um protagonista no qual a gente se apega, tanto pela simpatia do ator quanto pelo fato de ser um adolescente, fazendo com que a gente tema junto com ele, crie esperanças nas dicas que ele recebe,  fique aflito com a imprevisibilidade do sequestrador e com cada ação realizada do protagonista na tentativa de escapar com vida.

Mesmo sendo um filme que te prende, pois a trama se mantém no lugar o tempo todo, sem se distrair muito, existem alguns furos de roteiro que não convidam o telespectador a rever o filme, os furos incluem:
  • A história do sequestrador é ignorada, não mostra o porquê dele sequestrar garotos. Não indica nenhum tipo de trauma do passado ou se é apenas psicopatia por si só;
  • Não fala nada sobre o telefone preto em relação ao antagonista. Ele comenta que já tentou fazer e receber ligações por aquele mesmo telefone, mas nunca funcionou. Quando ele tentou? Ele sofria abusos e ficava trancado naquele quarto? Por que aquele telefone existe justamente lá?;
  • A máscara. O sequestrador não gosta, pelo que deu a entender, de ficar sem a máscara em hipótese alguma, e fica nisso, não diz o porquê;
  • Alguns trechos do filme mostram as histórias de dois garotos desaparecidos, porém não são personagens tão relevantes para a trama, deixando os fatos jogados no meio do filme. Esses trechos poderiam facilmente serem substituídos por flashbacks da história do sequestrador.


Tirando esses fatos, que na minha visão seriam essenciais para deixar o filme redondinho e melhor explicado, o filme é bom. Você torce para que o garoto consiga sair de lá, para que sua irmã veja em seus sonhos pistas e para que o sequestrador seja punido.
Em relação ao antagonista, por mais que a gente tema o que ele fará com o garoto, não é um personagem do qual nos apegamos muito, e por não ser explorado adequadamente, torna-se um raso.
Os momentos de tensão são bem construídos, as tentativas de escape também. Os sonhos de Gwen são encaixados no momento correto do filme e o encerramento condiz com o que foi apresentado no restante do longa.
Caso você leitor, deseje ver aquele suspense para tomar uns sustos e torcer para o protagonista, este é o filme. Caso você queira ver algo mais profundo e assustador, é melhor procurar outros filmes do gênero.

Detalhes técnicos:
Título: The black phone 
Ano de lançamento: 2022
Direção: Scott Derrickson
Duração: 103 minutos
Gênero: Suspense, terror
Classificação indicativa: 16 anos 



É isso gente, espero que tenham gostado, cuidado com vans pretas e até a próxima!


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